| 25/11/2003 16h55min
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), convocou uma reunião de última hora com representantes de todos os partidos depois de um aparente desentendimento entre os líderes do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), em torno do acordo sobre o subteto salarial nos Estados.
– O que está pegando é a questão do subteto. O governo está comprometendo a votação do partido na reforma da Previdência e da tributia – disse Calheiros, líder da maior bancada no Senado, após sair irritado de um encontro com Mercadante.
Na segunda, o governo conseguiu desatar o principal nó da Previdência ao acertar com o governador gaúcho, Germano Rigotto (PMDB), que manteria no texto básico da reforma os três subtetos salariais nos Estados mas possibilitaria aos governadores que não quisessem, optar por um subteto único por meio de um mecanismo a ser previsto na PEC paralela.
Calheiros reclamou que o partido precisa ser consultado sobre como ficará o texto da PEC paralela a respeito desse ponto. A bancada vinha defendendo que a definição de um subteto único já ocorresse no próprio texto básico da reforma.
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN) criticou a crise ainda existente entre o PMDB e os demais aliados do governo. Ele participa da conversa na presidência do Senado com os demais líderes dos partidos para acertar os detalhes e procedimentos para a votação.
– Na medida em que o PMDB entra na rota de colisão com o relator, Tião Viana, está armada a confusão para a votação de hoje – disse.
No plenário, os senadores contrários à reforma já se alternam na tribuna do Senado para criticar a reforma. O senador Mão Santa (PMDB-PI) invocou antigos peemedebistas contrários às alterações proposta pelo governo para que inspirem os demais senadores do partido a acompanha-lo no voto contra a reforma.
– Essa PEC é perversa, estelionatária e criminosa – resumiu Mão Santa.
A petista Heloísa Helena (AL) subiu à tribuna e fez um discurso em tom de despedida do partido. A senadora deve ser a única dissidência do partido do Partido dos Trabalhadores na votação da reforma, já que todos os líderes dão como certo o voto favorável de Paulo Paim (PT-RS).
As informações são da agência Reuters.
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