| hmin
Horas antes de viajar aos Estados Unidos no domingo, dia 21, o presidente francês, Jacques Chirac, propôs que os norte-americanos façam em breve uma transferência simbólica da soberania aos iraquianos e cedam poderes reais dentro de um período de seis a nove meses. Os EUA, que apresentaram uma proposta de resolução ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o controle militar e civil no Iraque, são contra o estabelecimento de prazos para o fim da ocupação e dizem que o Conselho de Governo do Iraque, formado por 25 membros, deveria estabelecer um calendário.
Em entrevista ao jornal New York Times ao partir para a Assembléia Geral da ONU, Chirac disse que não tem planos de vetar a proposta dos EUA, mas pode não apoiá-la na forma atual, indicando que vai se abster. O governo de George W. Bush ainda não apresentou sua proposta de resolução e autoridades dizem que o texto está passando por revisões.
O principal objetivo dos EUA é obter uma força multinacional autorizada pela ONU e sob liderança norte-americana para levar mais tropas estrangeiras ao Iraque. Chirac propôs um sistema parecido com o do Afeganistão, onde o governo interino tem soberania total até a realização de eleições e a ONU e outros países mandam tropas para tentar manter a paz.
A entrevista foi publicada na página do jornal na Internet. Chirac disse que, se os EUA concordarem em dar mais poder aos iraquianos, a França ajudará a treinar soldados e policiais locais, mas não prometeu tropas francesas.
– Não haverá solução concreta a não ser que a soberania seja transferida para o Iraque o mais rápido possível – disse Chirac.
Sem um governo próprio, disse o presidente francês, há uma perigosa situação em quem um "governo que é cristão e estrangeiro" administra um país árabe e muçulmano, e isso é uma situação difícil para qualquer pessoa aceitar no século 21". O governo Bush argumenta que os iraquianos ainda não estão prontos para a soberania e que o fim da ocupação levará a mais caos.
Chirac disse, no entanto, que a situação atual produzirá mais violência e exigirá uma presença mais longa de tropas estrangeiras. O presidente francês também questionou a convicção do governo Bush de que a queda de Saddam Hussein ajudará a disseminar a democracia no Oriente Médio.
– Gostaria de pensar assim, mas, francamente, não acredito nisso – disse ele, chamando a guerra de "traumática para essa região e cultura".
As informações são da agência Reuters.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.