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Alvo de uma admiração com a qual os Estados Unidos podem apenas sonhar no Iraque, o ex-presidente Bill Clinton foi recebido como herói nesta sexta, dia 19, em Kosovo, quatro anos depois dos bombardeios da Otan que encerraram o domínio sérvio na região.
Milhares de pessoas da etnia albanesa saíram às ruas para saudar o homem que, para eles, os libertou de uma década de repressão sob o regime do presidente da então Iugoslávia, Slobodan Milosevic. As escolas suspenderam as aulas, e uma multidão se enfileirou na avenida Bill Clinton, carregando bandeiras norte-americanas, para receber a caravana dele.
Ele foi muito aplaudido quando, mesmo pregando a reconciliação com os sérvios, deu um sinal implícito de apoio à independência total de Kosovo, hoje em dia um protetorado da Organização das Nações Unidas (ONU) que ainda pertence formalmente a Sérvia e Montenegro.
– Amo este país. Quero vê-los avançar na direção do auto-governo – afirmou ele em um salão lotado da universidade local, num discurso que, como grande parte da visita, foi transmitido ao vivo pela televisão.
Fiel a seu estilo, Clinton depois se misturou à multidão do lado de fora, cumprimentando a população e causando preocupação nas tropas internacionais que faziam sua segurança. Ao contrário do que ocorre em outros lugares muçulmanos do mundo, os Estados Unidos são verdadeiramente populares em Kosovo.
– É feriado porque Clinton está aqui – disse a jornalista Blerta Foniqi, 20, que aguardava a chegada dele.
É um contraste gritante com a segurança máxima que cerca a visita de políticos norte-americanos ao Iraque. Os secretários Donald Rumsfeld (Defesa) e Colin Powell (Estado) praticamente não tiveram contato com a população local durante suas recentes viagens a Bagdá. Em Kosovo, não é só uma avenida que leva o nome de Bill Clinton. Orgulhosos, alguns albaneses batizaram seus filhos de Clinton ou Madeleine, em homenagem à ex-secretária de Estado Madeleine Albright.
Numa emotiva mensagem de reconciliação, o ex-presidente pediu aos kosovares que se manifestem contra o assassinato de dois jovens sérvios, ocorrido no mês passado - o mais recente incidente de hostilidade contra a minoria eslava que permanece em Kosovo.
– Não se pode construir um novo Kosovo retribuindo a violência. Ninguém se vinga nesta vida – afirmou Clinton.
As informações são da agência Reuters.
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