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A mobilização parcial dos servidores públicos nesta terça, dia 8, endossou a avaliação do governo e de políticos de que eventuais alterações na proposta de reforma da Previdência só serão feitas no âmbito do Congresso.
– Qualquer mudança na reforma da Previdência depende do Congresso Nacional e do ponto de vista do governo ela deve ser extensiva a todos os servidores públicos – disse o ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu a jornalistas nesta tarde.
Também em resposta à greve deflagrada pelos servidores, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), afirmou que a proposta de reforma da Previdência será alterada pelos deputados.
Dirceu disse que a greve dos servidores públicos é um direito dos trabalhadores, mas que, evidentemente, eles terão que assumir as conseqüências administrativas da paralisação. O ministro reiterou que o fato de o governo estar aberto ao diálogo e à negociação é que torna possível avançar nesse sentido, mas acrescentou que há setores dos servidores públicos que não desejam a negociação e que querem simplesmente a retirada da emenda constitucional da pauta do Congresso.
– Isso não é possível. O governo não fará – garantiu.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou sessão extraordinária do poder Legislativo durante todo o mês de julho para seguir com o cronograma das reformas tributária e da Previdência. Apesar de se manterem firmes em relação à proposta de reforma, ministros e até o próprio presidente Lula defenderam o direito de greve dos servidores.
– A greve é um direito universal dos trabalhadores – disse o presidente.
Lula disse que a paralisação só interferiria na votação da reforma da Previdência no Congresso se os deputados fizessem greve. O ministro Dirceu chegou a admitir que eventuais mudanças poderão ser feitas na proposta de reforma, mas no Congresso.
O vice-líder do PFL na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), que recentemente apresentou um substitutivo à proposta de reforma, adimitiu o esvaziamento da greve, mas acrescentou que o importante é que ela tem focos e esses focos são um "aviso para o governo". Para Avelino, o governo deve entender o recado que os servidores estão passando.
O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), acredita que houve baixa adesão à greve pois a maioria prefere o caminho da negociação. Para o petista Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), se a greve for encarada como uma maneira de pressionar para conseguir alterações na proposta que tramita no Congresso, ela é válida.
Com informações da agência Reuters e Globo News.
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