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Lula se prepara para enfrentar greve de servidores a partir desta terça

No Estado, categorias também pretendem reivindicar reajuste salarial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta a partir desta terça, dia 8, a primeira greve geral de servidores públicos contra a reforma da Previdência que tramita no Congresso. A paralisação, que não tem dia para terminar, será oportunidade para servidores reivindicarem também por reajuste salarial, como os professores estaduais e os servidores da Segurança.

No Estado, a Federação das Entidades de Classe da Segurança Pública e o Cpers/Sindicato pretendem realizar um ato às 9h30min, em frente ao Palácio Piratini, para reivindicar propostas de reajuste. Depois, eles marcham para o Largo Glênio Peres, para o ato principal promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). A greve ocorre por tempo indeterminado para as categorias de servidores federais como os da Justiça Federal e da Trabalhista e da Previdência.

Apesar de reiterarem o repúdio à proposta de reforma da Previdência, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) decidiram não aderir à greve. Em Pelotas, professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RS) optaram pela greve. No Cefet, a mobilização atinge também os servidores. Em Santa Maria, servidores da Universidade Federal do município (UFSM) aprovaram a paralisação das atividades e interrromperão os serviços por 72 horas.

A greve deverá ser mais um teste para a popularidade de Lula, que no mês passado já teve um exemplo com a manifestação de servidores pelas ruas de Brasília, reunindo cerca de 30 mil pessoas contra a reforma.

Na tarde desta segunda, o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, tentou convencer os sindicatos a desistirem da greve, mas não conseguiu. Os líderes do movimento, que se reuniram com o ministro, disseram que está mantida a paralisação, que deve atingir de 40% a 50% dos servidores federais, segundo cálculos das entidades de classe. Segundo o representante da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), José Vitório Zago, 32 das 52 universidades federais vão parar.

Também confirmaram adesão à paralisação os líderes do Sindicato Nacional dos trabalhadores do IBGE, da  Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (INSS), da Federação Nacional dos Fiscais da Previdência, da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (Fenajufe), do Sindicato dos Servidores Públicos do Poder Legislativo (Sindilegis), e dos professores de primeiro e segundo graus dos colégios técnicos federais.

O governo, porém, quer que a tramitação da reforma no Congresso prossiga. Tanto que, durante o mês de julho, os deputados foram convocados para trabalhar em sessão extraordinária justamente com o objetivo de dar andamento aos trabalhos na comissão especial que analisa a reforma. O ministro Berzoini vem afirmando que se medidas não forem tomadas nos próximos anos, o sistema previdenciário será estrangulado. Dados do governo afirmam que, em 2002, a dívida da Previdência chegou a R$ 56 bilhões – 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

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