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Ao reunir entre 25 mil e 30 mil pessoas em Brasília nesta quarta, dia 11, no primeiro grande protesto contra a reforma da Previdência, o movimento sindical mostrou o racha interno pelo qual passa atualmente.
Depois serem recebidos por três ministros e de terem ouvido que as propostas de mudanças na reforma só serão discutidas no Congresso, representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Confederação Nacional de Entidades de Servidores Federais mostraram divergência quanto a postura a ser adotada em relação ao governo federal.
A conveniência de uma greve de servidores para pressionar contra a reforma traz divergências ao movimento. A CUT, historicamente ligada ao PT, adota uma postura recatada e considera a decisão uma precipitação.
– Eu acho que há uma precipitação em tomar uma decisão de greve já imediatamente – afirmou recém-eleito presidente da Central, Luiz Marinho.
Marinho argumentou que não seria vantajosa promover uma greve esvaziada, "onde A e B fazem greve e o resto continua trabalhando". Segundo ele, o ideal seria trabalhar pela unidade do movimento.
Esta, no entanto, não é a opinião do vice-presidente da Associação Nacional dos Servidores (Andes), José Domingues Godoy Filho, que se mostra favorável a ação e garante que, se a idéia for aprovada, haverá greve com ou sem a CUT.
– Se a posição da CUT vier contrária estará estabelecida uma divisão – disse. – Vai ficar estranho se isso acontecer – acrescentou Domingues, sem esconder o tom irônico.
No próximo dia 14, a CUT e entidades de servidores federais se reúnem em plenária para votar indicativo de greve, já aprovado anteriormente pelos movimentos sindicais. Marinho disse que o movimento sindical vai continuar insistindo para que o governo pressione o Congresso a fazer mudanças na reforma e admitiu, que, se as entidades decidirem pela greve, a CUT "evidentemente estará junto".
Apesar de ter sido uma das organizadores da manifestação desta quarta, a CUT foi muito criticada e seu presidente chegou a ser vaiado por outros sindicalistas durante o discurso. Constrangido, Marinho chegou a pedir para as pessoas que parassem com as vaias, dizendo que a divisão do movimento sindical não leva a nada. O sindicalista lembrou ser contrário à taxação dos inativos e disse defender a instalação de uma mesa de negociações.
Eleito na semana passada para comandar o sindicato com o apoio do presidente Lula, Marinho tem sido alvo de críticas e acusações, a principal delas de ter sido colocado no cargo por Lula. No bastidores, ele já é chamado de "interventor", o que explica as fortes vaias recebidas no protesto desta quarta.
– Aqui nesta passeata tem pelo menos 34 movimentos com propostas diferentes para a reforma – disse o presidente de um importante sindicato na Esplanada dos Ministérios.
Segundo ele, líderes sindicais se reuniram antes da manifestação e já iniciaram um movimento para a criação de uma central sindical de servidores públicos dissidente da CUT, entidade "que está totalmente isolada aqui". Com informações das agências Brasil e Reuters e Globo News.
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