| 31/03/2008 21h03min
O governo armou uma estratégia para impedir que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, tenha que depor no Congresso sobre o dossiê com os gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FH), segundo informações do site G1 e do Jornal Nacional.
A ministra manteve as viagens para lançamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No Rio de Janeiro, ao lado do presidente Lula, não falou sobre o dossiê com informações de gastos sigilosos de FH.
O governo já deu várias versões para explicar o caso: disse que estava criando um banco de dados para atender ao Tribunal de Contas da União, depois, que seria para atender requerimento da CPI dos Cartões Corporativos, uma terceira justificativa da ministra Dilma foi um pedido da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Esses pedidos não existiram.
Nesta segunda-feira, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio, disse que
o levantamento de dados começou a ser feito em 2005. Ele
admitiu a existência de um dossiê, mas não por recomendação do governo.
— Alguém tirou informações de um banco de informações e montou esse dossiê que foi entregue a alguns segmentos da imprensa. Agora, não foi feito a mando de governo e o governo não tem interesse nisso — afirmou.
— Uma pessoa pode ter tido interesse de criar um embaraço do governo com a oposição, pode também alguém ter querido atingir a ministra Dilma, por ser a responsável pelo PAC — completou.
A oposição quer que o Ministério Público investigue o caso. O líder do Democratas, senador José Agripino (RN), desconfia das explicações do governo.
— Se alguém não tem culpa no cartório, tem uma linha só. Quem tem culpa no cartório fica inventando versões, e das versões resulta a incredibilidade — disse.
Dilma manteve as viagens para lançamento de obras do PAC e esteve nesta segunda no Rio
Foto:
Wilton Júnior, AE
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