| 30/03/2008 09h57min
Com o argumento de que a Casa Civil virou alvo de acirrada disputa política, o governo vai tirar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, da vitrine eleitoral até a temperatura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos baixar.
No Palácio do Planalto, há certeza de que a excessiva exposição da chefe da pasta - favorita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a sua própria sucessão, em 2010 - foi um erro que provocou não apenas a fúria da oposição como o fogo amigo nas fileiras do PT. O esforço do governo, agora, é para blindar a mãe do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Dilma manterá sua agenda de viagens para inaugurar obras do PAC, mas vai reduzir sua participação em encontros político-partidários e em reuniões relacionadas a disputas municipais. Cumprindo o cronograma técnico do PAC, ela estará amanhã no RJ, ao lado de Lula. Na sexta, também com o presidente, ela participará de evento da Petrobrás em Rio Grande, no Rio
Grande do Sul, e depois
seguirá para Porto Alegre. No fim de abril, Dilma irá a Tóquio, onde cobrará reciprocidade do Japão nos negócios com o Brasil.
Além desse recuo estratégico, o Planalto deve encontrar alguém para punir exemplarmente no caso do vazamento de dados sobre gastos no governo Fernando Henrique Cardoso. Mas não será Dilma. Por enquanto, a retórica oficial é a de que "não há cabeças a cortar". Porém, o desfecho pode não ser assim: Lula já foi informado de que virá "chumbo grosso" na CPI e o governo quer agir rápido para neutralizar os ataques do PSDB e do DEM. Se a situação piorar, a sindicância interna na Casa Civil terminará em guilhotina.
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