Numa das mais importantes reuniões envolvendo o Brasil e os Estados Unidos, com a visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, nesta quinta-feira, a Brasília, ainda devem ser discutidas a reforma do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e questões diplomáticas de rotina, como o acerto de ponteiros para a reunião de segunda-feira da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, onde o organismo tentará pôr um ponto final na crise envolvendo os governos colombiano, equatoriano e venezuelano e e o as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O debate sobre o CS não deve chegar a nenhuma posição definitiva, mas para o Brasil é um dos pontos mais importantes na relação com os EUA, pois a questão tem tido "avanços pequenos, mas sensíveis", segundo fontes do Itamaraty e do Planalto. O desempenho diplomático e militar do Brasil no Haiti e na recente crise envolvendo Equador e Colômbia está "amolecendo" a posição dos EUA sobre o Conselho. Em público, nos fóruns internacionais, o governo americano ainda resiste à idéia de uma ampla reforma e apóia apenas a inclusão do Japão como novo membro permanente. No bastidor, há sinais de que os americanos poderão aceitar a ampliação do número de membros plenos.

A discussão prática do encontro bilateral vai ficar mesmo por conta da crise sul-americana deflagrada com a operação de militares colombianos, na madrugada do dia 1º, que invadiram o território equatoriano para atacar um acampamento das Farc. No bombardeio, 24 guerrilheiros foram mortos, entre eles, Raúl Reyes, número dois do grupo rebelde.

O chanceler Celso Amorim e a secretária americana tratarão ainda da instabilidade política e social no Timor Leste e da situação no Haiti, além de trocar informações sobre as viagens que os dois, separadamente, fizeram no mês passado por vários países do Oriente Médio. A parte comercial está fora da agenda de Condoleezza.