| 20/02/2008 23h24min
As fontes governamentais e a imprensa cubana fazem silêncio absoluto sobre quem será o novo chefe de Estado um dia após o anúncio de que Fidel Castro não deseja ser eleito presidente no próximo domingo, quando o Parlamento estiver reunido. Como observado na terça-feira, o clima percebido em Havana segue de absoluta normalidade, com as pessoas realizando suas tarefas cotidianas, assim como no resto da ilha.
Os poucos comentários feitos nas esquinas garantem que o presidente interino e ministro da Defesa, Raúl Castro, será eleito sucessor de Fidel, apesar de diplomatas e analistas não descartarem ainda outras possibilidades, como a eleição do secretário e vice-presidente do Conselho de Estado, Carlos Lage.
Os jornais cubanos Granma e Juventud
Rebelde elogiaram nesta quarta a decisão de Fidel de não ser reeleito, afirmando que foi um gesto de "extraordinária dignidade". As duas publicações, as únicas da ilha, se limitaram a relatar nas primeiras páginas o anúncio do líder cubano sobre sua intenção de deixar a presidência do país após quase 50 anos no poder, sem reações ou comentários.
A imprensa apenas divulgou uma declaração de um representante do regime sobre a saída de Fidel. O presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, pediu a seus compatriotas para "manterem a dignidade da pátria" e torná-la mais justa, livre, independente e soberana.
Também não se sabe muito sobre Fidel, de 81 anos e que se recupera
há 19 meses de uma cirurgia no intestino, que o
obrigou a passar, interinamente, a presidência a seu irmão Raúl, de 76, que continuará no cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista, o único da ilha. A Constituição cubana consagra o partido como "a força dirigente superior da sociedade e do Estado".
Fotografia de 2002 do líder cubano, durante discurso em Havana. A duração de seus pronunciamentos costumavam ser longos e muitas vezes tiveram mais de cinco horas
Foto:
efe
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