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 | 20/02/2008 22h08min

Argentina e Nicarágua rendem elogios a Fidel

Líder do Vaticano chega hoje a Cuba e deve ser primeiro a se reunir com novo presidente

A renúncia de Fidel Castro não mudará as relações entre Argentina e Cuba, declarou nesta quarta-feira o chefe de gabinete do governo argentino, Alberto Fernández.

— Argentina tem um bom vínculo com Cuba e deve seguir dessa forma — disse, afirmando que o anúncio da retirada do líder cubano "evidentemente tem uma transcendência histórica singular pela pessoa de que estamos falando". — Fidel teve na ilha um papel de liderança durante décadas e é um homem a quem a história dedicará muitas páginas, sem dúvida. Para mim, existem muitos aspectos elogiáveis em seus anos de governo — completou.

A presidente da Associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, comentou a retirada de Fidel, em carta aberta dirigida ao dirigente cubano. No texto, ela não poupou elogios ao líder da Revolução Cubana:

— Hoje, Fidel nos demonstra sua inteligência, quando nos diz que seguirá lutando pela batalha das idéias, escrevendo para o mundo suas análises.



Ortega: Fidel continuará sendo líder

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, também afirmou hoje que Fidel Castro continuará sendo o líder do povo cubano.

— Fidel vai seguir sendo o líder indiscutível e a autoridade moral do povo cubano — declarou, em San Salvador, após participar de uma cúpula presidencial do Sistema da Integração Centro-Americana (Sica). — Castro é um personagem histórico, de transcendência universal, para mouros e cristãos. As idéias não desaparecem quando a pessoa morre. Além disso, não acho que Fidel vá morrer — disse o governante, que afirmou que recentemente visitou Fidel e o encontrou "muito bem e tão lúcido como sempre".



Primeira visita oficial

O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano, pode ser o primeiro funcionário estrangeiro de alto escalão a se reunir com o novo presidente de Cuba, que será anunciado no próximo domingo e substituirá Fidel. O secretário-adjunto da Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC), o cônego José Félix Pérez, informou nesta quarta sobre a visita de Bertone, que chega hoje a Havana e permanecerá na ilha até à próxima terça.

— Caso as especulações se confirmem, não há dúvida de que o presidente será Raúl Castro. Acredito que seu primeiro encontro com uma personalidade de nível internacional será com Bertone — disse Pérez, que indicou que não sabe quando o encontro acontecerá.

No próximo domingo, será instalada a Assembléia Nacional do Poder Popular, no qual os integrantes do novo Conselho de Estado (Executivo) serão designados. O presidente desse órgão, cargo atual de Fidel Castro, é o chefe de Estado do país.

As relações entre a Igreja Católica e Cuba ficaram estremecidas após a chegada de Fidel ao poder em 1959. Cuba foi um Estado oficialmente "ateu" até 1992. Esta é a terceira visita de Bertone à ilha, onde esteve em 2001, quando era secretário da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, e novamente em 2005, como cardeal arcebispo de Gênova, ocasião em que se reuniu com Fidel.

EFE
 

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