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 | 29/01/2008 16h50min

BM&F quer negociar contratos de petróleo

Bolsa pode se tornar acionista da Nymex se compra pela CME se confirmar

A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) pretende negociar contratos de petróleo. Inicialmente, negociava a possibilidade de ter um contrato espelho daquele negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), mas vai reavaliar a opção depois da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME) ter anunciado, ontem, a intenção de compra da Nymex. A CME possui 10% de participação na BM&F, que, por sua vez, detém 2,6% da CME.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto, com a possível compra da Nymex pela CME, a bolsa de futuros brasileira passará a ser acionista indireta da Nymex. Ele disse não conhecer os termos do acordo fechado entre ambas e, portanto, não saber se as corretoras ligadas à BM&F terão direito a negociar os contratos da Nymex.

— A Nymex tem o maior contrato de petróleo do mundo — lembrou, revelando que o acordo entre a BM&F e a CME, alinhavado em janeiro, foi fechado na semana passada e dá acesso à BM&F para a plataforma eletrônica da CME, com 110 mil clientes. — Os corretores da BM&F podem operar os contratos da CME. Ficamos com reserva de mercado para desenvolver contratos e produtos na América Latina, com exceção do México. No México e na China, vamos trabalhar juntos — contou, explicando que o acordo não impede que a BM&F desenvolva sua própria plataforma eletrônica.

Fusão

Em relação aos rumores de fusão com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o presidente da BM&F disse que as duas bolsas não estão em negociação. Ele informou que não há possibilidade da BM&F entrar no mercado de ações e negou a informação cogitada pelo mercado de que a Bovespa poderia passar a operar contratos do índice Bovespa. Cintra Neto ressaltou, porém, a tendência de consolidação de bolsas de todo o mundo.

— Entre 75% e 80% dos negócios do mundo estão concentrados em cinco bolsas. A consolidação possibilita que haja mais eficiência — afirmou.

Segundo o presidente da BM&F, a consolidação deverá resultar em cenário com três ou quatro centros de liquidez mundial — Ásia, Europa, Estados Unidos e América Latina —, que vão oferecer produtos para o mercado com mais eficiência e que competirão entre si. A BM&F tem a "estratégia clara de ser consolidadora na América Latina", segundo Cintra Neto, e a intenção de ir para a China, maior compradora de commodities do Brasil:

— Já temos um escritório em Cingapura. Para a China, é interessante "hedgiar" (proteger) sua posição e a idéia é que seja por meio da BM&F.

Agência Estado
 

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