| 29/01/2008 16h51min
O mercado de juros muniu-se de cautela e interrompeu a seqüência de baixas dos últimos dias. As taxas dos principais contratos fecharam com alta moderada nesta terça-feira. A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010 subiu de 12,66% ao ano para 12,68% ao ano, e o DI para janeiro de 2009, de 11,91% para 11,93%.
Os DIs passaram boa parte do dia de lado e firmaram-se em alta leve faltando meia hora para o término dos negócios. Profissionais das mesas de operação relataram que, após as quedas exibidas pelos juros nos últimos pregões, os investidores hoje preferiram realizar lucros, em movimento de cautela ante a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) sobre os juros norte-americanos, que sai amanhã, e divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na quinta-feira. No entanto, foi uma correção moderada, promovida em um ambiente novamente fraco em termos de liquidez.
O mercado segue fazendo um ajuste fino
das suas expectativas
para o Fed conforme vão sendo divulgados os dados da economia norte-americana nestas vésperas da decisão e isso é que tem determinado o comportamento dos ativos.
A aposta de que o Fed deverá reduzir em 0,5 ponto porcentual o juro básico dos EUA amanhã ainda é majoritária, mas perdeu um pouco o espaço depois dos dados das encomendas de bens duráveis.
O Departamento do Comércio dos EUA informou que as encomendas de bens duráveis aumentaram 5,2% em dezembro, muito acima da alta prevista pelos analistas, de apenas 2,1%. Em novembro, as encomendas registraram alta de 0,5% — dado revisado ante o cálculo anterior de +0,1%.
Em um primeira leitura, o indicador forte de dezembro animou em relação à saúde da economia dos EUA, mas na abertura do dado pesou a informação de que os números foram estimulados pela alta nas encomendas de aviões, especialmente de aeronaves militares, que mais do que dobraram. Excluindo itens associados com a Defesa, as encomendas
subiram 2,9%.
Os contratos de
juros futuros nos EUA hoje apontam 74% de possibilidade de corte de 0,5 ponto porcentual no juro norte-americano, ante 86% no fechamento de ontem. O indicador da confiança do consumidor da Conference Board ajudou a sustentar a previsão de que haverá novo afrouxamento monetário. O índice de confiança do consumidor caiu de 90,6 em dezembro para 87,9 em janeiro.
Além das incertezas externas, a pauta doméstica também tem servido de baliza para as operações. Hoje, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou a 0,66% na terceira quadrissemana de janeiro, de 0,71% na apuração anterior.
O dado veio perto do piso das estimativas dos analistas, que iam de 0,64% a 0,85%. Os maiores impactos de alta foram alimentação (+1,45%) e Educação, que disparou 2,96%.
A desaceleração do IPC-Fipe foi considerada uma boa notícia, mas a abertura do dado mostra que a situação para os preços ainda não é
confortável. Assim, o mercado aguarda
ansiosamente pela ata do Copom, que sai na quinta, para ver o posicionamento do Banco Central diante das pressões recentes e também da deterioração das expectativas futuras.
— Essa ata dará pano para manga — diz um analista de renda fixa, para quem o mercado buscará pistas até mesmo nas vírgulas do texto.
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