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 | 17/01/2008 21h59min

Deputados venezuelanos reconhecem que Farc e ELN não são terroristas

Chanceler da Venezuela diz não saber de novas libertações de reféns

A Assembléia Nacional (AN) da Venezuela aprovou nesta quinta-feira um projeto que reconhece a beligerância das guerrilhas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e Exército de Libertação Nacional (ELN), em apoio ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, que pediu à comunidade internacional para não considerá-las terroristas. A unicameral AN, segundo o texto do projeto aprovado, reconhece "o caráter beligerante dos movimentos insurgentes Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e Exército de Libertação Nacional, como sinal de boa vontade para dar-lhes um tratamento político que gere confiança nas futuras negociações no caminho à paz na Colômbia".

Nesse sentido, rejeita as "listas unilaterais impostas pelo governo dos Estados Unidos" a outros do mundo e que qualificam de "terroristas" esses grupo colombianos que são "movimentos de libertação não sujeitos à dominação". O documento foi aprovado por 161 dos 168 deputados da AN, de maioria governista, já que registrou apenas a abstenção dos sete legisladores do partido Podemos, de esquerda moderada e recentemente distanciado do governo de Chávez.

A iniciativa parlamentar foi aprovada em meio a uma escalada verbal na relação diplomática entre ambas as nações vizinhas, precisamente pelo apelo de Chávez a favor desses grupos insurgentes. Nos últimos capítulos do conflito, a Chancelaria venezuelana acusou hoje o governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, de "não estar comprometido com a paz, mas obcecado em derrotar militarmente as forças insurgentes, obcecado com a guerra".

O comunicado venezuelano respondeu a outro colombiano, que na quarta-feira pediu a Chávez para "cessar as agressões" contra o país, após acusá-lo de ter se "parcializado" a favor das Farc.

Chanceler diz não saber de novas libertações

O ministro de Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, disse hoje não ter informações de que as Farc libertarão mais reféns, como afirmou a emissora colombiana W. Ele também acusou o governo colombiano de querer "desfigurar" uma proposta venezuelana em favor de dar status de beligerância política à guerrilha.

A emissora havia anunciado hoje que "soube com exclusividade que a guerrilha das Farc anunciará nas próximas horas, na Venezuela, a entrega de novos seqüestrados" e que entre eles estaria um dos três americanos em seu poder.

— Uma rádio colombiana está dizendo isso. Ficaríamos muito felizes se, como resultado das gestões do presidente Hugo Chávez, se avançasse em novas libertações, mas não temos informação nesse sentido — disse o ministro.

EFE
Palacio de Miraflores, EFE / 

Chávez recebeu apoio da mãe de Ingrid Betancourt
Foto:  Palacio de Miraflores, EFE


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