| 10/01/2008 10h
Os helicópteros venezuelanos que resgatarão as duas reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) partiram hoje rumo ao território colombiano, anunciou hoje o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Venezuela.
Irma Alvarez, porta-voz do CICV, disse à emissora estatal Venezolana de Televisión (VTV) que desta forma a operação está em curso. A funcionária não deu detalhes sobre o local de onde decolaram os helicópteros.
O anúncio do CICV ocorreu pouco após entrar em vigor, às 9h (em Brasília), o prazo de doze horas outorgado pelo Governo de Bogotá ao de Caracas para resgatar as duas reféns no sudeste colombiano. As reféns libertadas serão a ex-candidata à Vice-Presidência da Colômbia Clara Rojas e a ex-congressista Consuelo González de Perdomo.
As operações militares colombianas ficarão suspensas até as 21h (em Brasília) nos municípios colombianos de El Retorno, Miraflores e San José del Guaviare, no departamento de
Guaviare, para facilitar a libertação das
duas seqüestradas.
Dois helicópteros chegarão a San José del Guaviare de onde, por volta das 12h30 (em Brasília), e devem ir até um ponto nas selvas para resgatar as reféns. Dali, voltarão à Venezuela, segundo o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos.
Santos informou que nas aeronaves estarão apenas os delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), o ministro do Interior da Venezuela, Ramón Rodríguez Chacín; um funcionário da Presidência da Venezuela, um assessor e o embaixador de Cuba em Caracas, Germán Sánchez.
Nenhum funcionário do Governo da Colômbia assistirá ao processo de libertação, ressaltou o ministro colombiano. Santos confirmou que se as condições meteorológicas, ou outras situações, atrasarem o processo, o prazo de doze horas pode ser ampliado.
A expectativa para o resgate é grande, tendo em vista que a operação programada para ocorrer no final de 2007 falhou.
Os comitês
de apoio a Ingrid Betancourt expressaram nesta quinta-feira
suas esperanças de que duas companheiras cativas da franco-colombiana em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colôbia (Farc) sejam finalmente libertadas, como anunciou ontem o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
— Junto com suas famílias, esperamos a libertação de Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo — disse em comunicado a Federação Internacional de Comitês Ingrid Betancourt (Ficib).
— Desejamos que, desta vez, nada resista à operação de resgate — acrescentou a Ficib, depois do fracasso da primeira tentativa de libertação que Chávez comandou durante as festas de fim de ano.
O presidente venezuelano anunciou na quarta-feira que as Farc tinham lhe dado as coordenadas para resgatar Clara Rojas, companheira de campanha da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, e a ex-legisladora González de Perdomo.
A operação, que poderia acontecer hoje mesmo, obteve em seguida autorização do presidente colombiano, Álvaro
Uribe.
— Queremos considerar como gestos de
boa vontade a decisão das Farc de libertá-las, e a do presidente Uribe de autorizar seu resgate, afirmou a Ficib.
Por sua vez, o Comitê de Apoio a Ingrid Betancourt na França desejou que a libertação seja coroada de sucesso, que Clara e Consuelo não sejam colocadas de novo entre a liberdade e o cativeiro.
A caravana humanitária organizada por Chávez no fim de dezembro para concretizar a promessa das Farc de libertar as reféns foi cancelada pela guerrilha que alegou operações militares do exército colombiano.
Em resposta, Uribe não só negou as manobras, mas divulgou a suposta razão pela que o grupo armado voltou atrás: o filho de Clara Rojas, Emmanuel, que deveria ser libertado junto com a mãe, não estava em cativeiro, mas desde 2005 está sob os cuidados de uma instituição oficial colombiana.
O Comitê de Apoio a Ingrid Betancourt prevê para esta tarde um ato de apoio à refém franco-colombiana em frente à Prefeitura de Paris.
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