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 | 19/08/2007 11h31min

Epidemias são nova ameaça à população peruana após o terremoto

Atendimentos de emergência nos hospitais de Pisco aumentaram 10 vezes desde sexta

Passados quatro dias do terremoto de 8 graus na Escala Richter que matou cerca de 500 pessoas no Peru uma nova ameaça se instala: o risco de epidemias nas áreas atingidas. Conforme o jornal peruano Expresso, a ameaça é permanente em cidades como Pisco, onde começam a aparecer os casos de diarréia e problemas respiratórios.

O número de atendimentos de emergência nos hospitais de Pisco aumentou 10 vezes da sexta para o sábado, e deve subir na mesma proporção nos próximos dias.

A demora na localização de cadáveres ainda debaixo dos escombros – que devem ser mais de cem, segundo um comandante citado pelo jornal – e a presença de corpos em decomposição expostos na rua contribuem para a situação.

Além disso, o risco de epidemias é agravado pelo calor, que acelera o processo de decomposição, e põe em perigo os sistemas de abastecimento de água da cidade.

– Os corpos não só emitem odores mas a decomposição dos tecidos emanam uma grande quantidade de microorganismos e, em contato com o ambiente, infectam pessoas e animais e contaminam o solo – disse o doutor Santiago Vincent, presidente do Corpo Médico do Hospital Guillermo Almenara.

Em pelo menos três áreas periféricas – San Miguel, San Andrés e San Clement – falta de água potável, em função do difícil acesso. Nestas áreas, crianças e idosos são as principais vítimas de diarréias, vômitos e problemas respiratórios como bronquite, faringite e resfriados, por serem expostos ao clima quente do dia e à umidade e temperatura baixa da noite peruana, sem a possibilidade de abrigo.

– Hoje (domingo) é o dia D, e as autoridades têm que decidir como lidar com os cadáveres abaixo dos escombros, que apresentam o maior risco á população – cobra o doutor Santiago Vincent.

Segundo médicos e especialistas da revista Anales, da Universidade Maior de San Marcos, um desastre natural da magnitude do ocorrido na quarta pode desencadear uma série de doenças de rápido contágio como hepatite, cólera, conjuntivite, tétano, tifo, pneumonia, gripe e diarréias agudas. Sem mencionar os males e mentais.

O número de mortos no violento terremoto que assolou na quarta-feira a costa do Peru chegou, até o momento, a 492, e os feridos somam 1.042, segundo o Instituto Nacional de Defesa Civil (INDECI).

O Centro de Operações de Emergência Nacional (COEN) precisou que o número de imóveis danificados ou destruídos subiu para 33.191 e 33.192, respectivamente.

Foram registrados quatro hospitais, sete edifícios, seis igrejas e um hotel destruídos, assim como 14 estradas, duas pontes e oito casas de saúde afetadas. Além disso, foram comprometidas 664 casas e 37 escolas.

 

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