O senador Delcídio Amaral (PT-MS), que foi presidente da CPI dos Correios entre 2005 e 2006, subiu à tribuna do Senado, nesta segunda-feira, e se defendeu das acusações de que teria recebido vantagens do empresário Zuleido Veras, dono da empreiteira Gautama. Segundo investigação da Operação Navalha, da Polícia Federal, o petista teria viajado num jatinho fretado (R$ 24 mil) por Zuleido. Delcídio admitiu conhecer o empresário da época em que ele era diretor da construtora OAS, mas disse que não teve mais contato com ele desde então.

Delcídio distribuiu no plenário uma carta assinada pelo empresário Luiz Gonzaga Renno Salomon, o Zaga, que teria ficado responsável pelo fretamento do avião, a pedido do senador. Zaga conta que não tinha como pagar pelo transporte e que pediu ajuda a Zuleido sem avisar Delcídio.

O senador anunciou ainda que solicitou aos bancos em que tem conta um relatório de dados que mostrem se ele recebeu dinheiro da Gautama e pediu ao Senado um levantamento das ligações de seu gabinete. Ele disse ainda que apresentou 51 emendas desde que se tornou senador, totalizando R$ 17 milhões, e que nenhuma delas se refere a obras da Gautama.

– Já fui muito investigado e estou pronto para esclarecer todas as questões. Meu couro é de pantaneiro – disse o petista, que afirmou ainda que é alvo de investigações desde que presidiu a CPI dos Correios.