| 21/05/2007 14h02min
O presidente da República em exercício, José Alencar, defendeu nesta segunda a ampla investigação das denúncias envolvendo o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, no esquema de fraudes desbaratado pela Polícia Federal na Operação Navalha, mas afirmou que ninguém pode ser condenado com base apenas em indícios. Alencar disse ainda que a permanência ou não do ministro no governo é uma decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do próprio Rondeau.
– Há uma acusação, não há nada de condenação, e hoje eu vi uma resposta dele (Rondeau), dizendo com firmeza que não há nada e que gostaria que tudo fosse investigado e que faria a defesa dele na Justiça. Vocês sabem o quanto condeno essas questões, porque fora da lei não há salvação, mas eu não posso condenar as pessoas apenas porque há indícios. Isso é óbvio. Ninguém pode condenar uma pessoa por haver uma acusação. Tem de haver uma decisão com base em investigação, com absoluta transparência e participação de todas as autoridades que militam na área – afirmou.
Alencar deu as declarações após a abertura do seminário internacional de federalismo e desenvolvimento, organizado pela Associação Brasileira de Municípios, num hotel de Brasília. Sobre um possível afastamento voluntário de Rondeau, disse que é uma questão de foro íntimo.
– Essa é uma questão de consciência pessoal dele. Com relação ao ministério, é atribuição do presidente da República. Estou na Presidência interinamente, como já estive várias vezes, mas o presidente é o Lula e eu sempre procuro considerar essa situação. Não posso afastá-lo do ministério porque o presidente é o Lula. O afastamento por vontade própria é uma questão de foro íntimo dele – afirmou.
O presidente em exercício afirmou ainda que a corrupção acaba encarecendo as obras públicas. Para ele, juntamente com os juros, os desvios de dinheiro estão em primeiro lugar nos gastos.
– Em primeiro lugar, não está apenas a rubrica dos juros. Em primeiro lugar está o desvio de recursos do poder público, obras superfaturadas. Isso tem que acabar porque, senão, não tem dinheiro que chegue, e o dinheiro é do povo – afirmou.
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