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 | 10/05/2007 14h20min

Controladores podem ser denunciados no caso da Gol

Procurador do MPM deve indiciar profissionais por homicídio culposo

O procurador do Ministério Público Militar, Giovanni Rattacaso, disse nesta quinta-feira que há elementos para denunciar por homicídio culposo duplamente qualificado os controladores de vôo que trabalhavam no dia do acidente entre o avião da Gol e o jato Legacy, em setembro do ano passado. O procurador espera receber uma cópia do inquérito da Polícia Federal para fazer a denúncia.

Nesta quinta-feira, a CPI do Apagão anunciou a convocação dos pilotos do jato Legacy, Joseph Lepore e Jan Paladino. A convocação foi pedida pelo relator, deputado Marco Maia (PT-RS), e aprovada na manhã desta quinta-feira. A data da audiência ainda não foi marcada.

A Polícia Federal concluiu, após sete meses, que os pilotos americanos são os responsáveis pelo acidente, no dia 30 de setembro do ano passado no norte do Mato Grosso. No acidente morreram as 154 pessoas que estavam a bordo do Boeing, na maior tragédia da aviação brasileira.

O acidente com o Boeing da Gol chamou atenção para problemas existentes no sistema de controle de tráfego aéreo no país. Parlamentares avaliam que a conclusão do inquérito da PF vai acelerar os trabalhos da comissão.

A comissão também vai convocar o delegado responsável pelo inquérito da PF sobre o acidente com o avião da Gol, Renato Sayão. Ele prestará o primeiro depoimento, na próxima terça-feira.

Também serão convocados os presidentes da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi; do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge Botelho; da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, Wellington Rodriges; e da Embraer, Frederico Fleury Curado. Serão chamados ainda o major-brigadeiro Ramon Borges Cardoso, e o presidente da Associação de Parentes e Amigos das Vítimas do Acidente da Gol, Jorge Cavalcante.

A CPI pedirá ainda informações sobre o acidente a diversos órgãos, como Polícia Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Infraero. Este será o o ponto de partida das investigações da CPI, de acordo com o roteiro de trabalho elaborado pelo relator.

Em sua primeira reunião, na terça-feira, a CPI estabeleceu o cronograma de atuação e dividiu os trabalhos em cinco etapas, com a última prevista para ser concluída em 11 de setembro. O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou que está à disposição da CPI para esclarecimentos, mas que seu ministério não tem responsabilidade pela crise aérea.

– Não há responsabilidade do Ministério da Defesa. A responsabilidade é dos acontecimentos – disse Pires após uma cerimônia no Rio de Janeiro em comemoração aos 62 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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