| 05/04/2007 09h13min
O Comando da Aeronáutica vai concentrar em um pequeno grupo as punições mais severas aplicadas aos controladores de vôo que participaram da paralisação do tráfego aéreo na sexta passada. Os 18 profissionais que se recusaram a assumir seus postos no centro de controle Cindacta-1, em Brasília, devem ser indiciados no Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Força Aérea Brasileira (FAB) por determinação do Ministério Público Militar.
Mas poderá haver graduação nas punições. Só aos líderes seria atribuído o crime de motim, cuja pena mínima é de prisão por quatro anos com expulsão da Aeronáutica.
O grupo de mais de cem rebelados que estavam nas dependências do Cindacta-1 deve receber punições mais leves. Ontem foram abertos mais dois IPMs, em Manaus e Curitiba, onde também aconteceram rebeliões de controladores.
A estratégia da FAB é punir com rigor um pequeno grupo de controladores, para que os demais se enquadrem definitivamente nos moldes da
instituição, afastando o risco de
problemas futuros com o tráfego aéreo. De acordo com militares graduados, o grupo que estaria disposto a participar de novas reivindicações por melhores salários está cada vez menor depois que ficou claro os riscos pessoais e para a carreira. A idéia de "greve militar" já teria sido abandonada, segundo essa avaliação.
Há uma preocupação em que as punições não tenham um caráter de vingança, mas sim educacional. Que sirvam de exemplo para o conjunto de militares que atuam no controle do tráfego. Por essa avaliação, esses militares "levariam um bom susto" com os desdobramentos deste episódio, explica uma fonte.
Prazo para inquérito é de 40 dias
A investigação vai determinar o grau de responsabilidade de cada militar. No caso dos 18 controladores, vai ser apurado se todos se recusaram a ocupar seus postos por vontade própria ou se foram impedidos pelos líderes do movimento.
A promotora do Ministério
Público Militar Ione de Souza Cruz explicou que os controladores
enquadrados no crime de motim devem ser expulsos da Força Aérea e, assim, cumprirão pena como civis, em presídios comuns. Nesse caso, terão direito aos benefícios de regressão da pena. No caso de prisão por quatro anos, a lei prevê que a pena pode ser cumprida em regime aberto.
A FAB informou que o coronel-aviador Carlos Eurico Peclat dos Santos é o oficial encarregado do IPM que vai apurar os acontecimentos. O prazo para a conclusão do inquérito é de 40 dias, mas a expectativa do Ministério Público é de que seja concluída em prazo menor.
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