| 08/03/2007 14h07min
Cuba respondeu hoje ao pedido do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para que na ilha ocorra uma mudança de governo afirmando que o governante norte-americano "não entende nada" e que "parece alucinado".
O jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, destaca hoje em uma nota intitulada "Alucinações" que Bush, chamado de "açougueiro do Iraque", "volta a demonstrar que não entende nada".
Bush afirmou ontem que a transição em Cuba deve significar a troca de "um tipo de governo por outro diferente", não uma mera substituição de uma figura por outra, e ser guiada pela vontade popular.
– Ele mesmo se enrola no emaranhado de um pensamento tortuoso e labiríntico, porque isso, a revolução e o socialismo, é o que o povo vem decidindo há quase meio século. O que o açougueiro do Iraque quer que aconteça? Que (Cuba) volte à época de seus amigos Díaz-Balart? –, questiona a publicação.
O Granma diz que Bush quer
que em Cuba aconteça uma reforma democrática popular e
que ele deveria se perguntar se "seria possível um regime se manter durante tanto tempo sem um apoio maçiço da população".
– É uma incoerência falar da democracia de um chefe da Casa Branca que tem dois terços do povo dos EUA contra a guerra no Iraque, quando seu presidente, contra todas as reivindicações populares, insiste em enviar mais homens e provocar suas mortes –, acrescenta o jornal.
A publicação diz ainda que a passagem de um tipo de governo a outro "é o que (Cuba) vem fazendo desde 1959". Além disso, afirma que Bush deveria perceber que "a ilhazinha sujeita a um cerco criminoso (imposto) por seu governo é capaz de ajudar dezenas de pessoas no mundo todo em colaboração com a Venezuela".
– Para uma dezena de governantes americanos, de Eisenhower (1953-1961) até hoje, a revolução cubana constituiu um fenômeno raro e inexplicável, de outra galáxia ou dimensão –, segundo o "Granma".
Já o jornal oficial Juventud Rebelde se
refere à viagem de Bush pela América Latina como o
"périplo indesejado", em uma notícia na qual destaca que a turnê do presidente dos Estados Unidos será acompanhada por "protestos e ações de repúdio" em sua passagem por Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México.
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