O presidente venezuelano e candidato à reeleição, Hugo Chávez, e seu principal rival, Manuel Rosales, encerraram nesta quinta-feira suas campanhas eleitorais com chamados em defesa do cumprimento da lei e de atenção sobre eventuais irregularidades no processo. Ambos os candidatos às eleições deste domingo encerraram suas atividades tanto em Caracas como no interior do país nesta quinta-feira. Segundo a lei eleitoral, a campanha termina às 6h (8h de Brasília) desta sexta-feira.

Chávez deu uma grande entrevista coletiva na sede do governo, na qual reiterou sua confiança de que se manterá no cargo com um mandato popular, e revelou que os organismos de segurança frustraram um atentado contra Rosales. O presidente acusou "grupos fascistas radicais" pela tentativa que, segundo disse, pretendiam responsabilizá-lo pelo suposto atentado e assim gerar o caos, sem dar detalhes sobre quando o plano foi desarticulado.

Chávez afirmou que ninguém pode fazer uma fraude eleitoral na Venezuela, mas acrescentou que se deve estar atento em relação a eventuais tentativas de divulgar pesquisas de boca-de-urna no dia da eleição, que são ilegais e podem criar confusão.

– É preciso respeitar o árbitro – disse ao se referir ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), poder autônomo encarregado de organizar o pleito, velar pelas garantias de voto e anunciar os resultados.

Depois da entrevista coletiva, Chávez viajou para o Estado de Bolívar (sul) para participar de uma concentração de jovens e encerrar com o que chamou de maré vermelha sua campanha. Chávez prometeu "aprofundar a revolução" durante seu novo mandato.

Rosales se reuniu com voluntários de sua campanha nos Estados de Lara e Aragua, pedindo a eles que vigiem o processo eleitoral de domingo e o cumprimento cabal da lei.

– É importante que entendamos o fundamental do cumprimento da lei, das normas, a máquina (de votação automática) deve ser auditada por sorteio, a cópia da ata de apuração e das respectivas atas deve se guardar e levar ao lugar assinalado – afirmou o líder de mais de 40 partidos de oposição.

Rosales, governador do Estado petroleiro de Zulia, convidou seus seguidores a acompanhá-lo à noite em Caracas em uma manifestação que marcará de forma simbólica o encerramento da campanha que iniciou há três meses em busca de votos para chegar à presidência.

– Hoje às 10h da noite, vamos acender fogos de artifício, tocar tambores e cornetas, panelas. Tudo o que emitir barulho, som, tem que soar às 10h da noite – disse.

As autoridades do CNE junto ao alto comando militar reiteraram as garantias de proteção e segurança tanto dos eleitores como do material e centros eleitorais neste domingo.

– Ratificamos a vocação de serviço aos interesses supremos da nação com a absoluta convicção de que a vontade do povo se materializará traduzida na votação pacífica – disse o ministro da Defesa, general-em-chefe Raúl Isaias Baduel, em uma transmissão em cadeia nacional de rádio e televisão.

A Força Armada Nacional, que está encarregada por meio do tradicional Plano República da segurança das eleições, já completou o posicionamento de cerca de 120 mil homens nos diferentes centros de votação do país.

Vicente Díaz, um dos cinco principais líderes do CNE, reiterou seu chamado aos comandos de campanha e meios de comunicação locais a respeitar a norma de publicidade e propaganda, ao denunciar a publicação de um anúncio que utiliza a imagem de um menor recebendo uma arma de fogo.

– Avisos como esse são incentivadores da violência – disse Díaz aos jornalistas, lembrando que o CNE pode sancionar os que cometam violações graves da norma eleitoral.

Por sua parte, a missão de observação da União Européia (UE) indicou que acoompanha os preparativos, com 130 observadores em 17 Estados do país, mais o Distrito Capital. Em comunicado divulgado em Caracas, a UE assinalou que sete eurodeputados se unirão à missão observadora a partir de sexta-feira.

AGÊNCIA EFE