| 27/11/2006 22h08min
Depois dos grandes encerramentos de campanha em Caracas, Hugo Chávez, aspirante à reeleição presidencial, e o candidato opositor, Manuel Rosales, encaram a reta final rumo às eleições de 3 de dezembro convencidos da vitória. A campanha eleitoral acabará em 1º de dezembro às 6h (8h de Brasília), e, por isso, os dois candidatos dedicarão os dias que faltam para recorrer o interior venezuelano a fim de conquistar até o último voto possível.
No sábado, a classe média da área metropolitana de Caracas saiu em massa à rua para apoiar Rosales, que disse que tiraria Chávez da presidência por meio dos votos.
A enorme manifestação opositora foi respondida no domingo pelo "chavismo", que mobilizou os setores pobres da população, majoritários no censo eleitoral, para tingir de vermelho - a cor da revolução bolivariana -, o centro da capital da Venezuela. Na concentração, Chávez assegurou que sua vitória de domingo será "uma surra", e que o derrotado não será Rosales, mas o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de quem o candidato opositor é um "criado".
Embora os dois adversários se apresentem como vencedores, as pesquisas mais fidedignas davam a Chávez uma vantagem média de cerca de 20 pontos até a meia-noite do domingo, data limite autorizada pelas autoridades eleitorais para divulgação de pesquisas.
Os chefes das delegações da União Européia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) classificaram de muito boas as reuniões que tiveram com autoridades militares e eleitorais para se informarem sobre aspectos das eleições que eles observarão. O uruguaio Juan Enrique Fisher, chefe da missão da OEA, constatou que as autoridades se esmeram em assegurar a perfeição do processo e a segurança do cidadão. A eurodeputada italiana Monica Frassoni, chefe da missão da UE, confirmou que em 5 de dezembro apresentarão o relatório preliminar sobre o desenvolvimento da eleição.
Tanto Rosales como Chávez pediram com veemência a seus partidários que vão às urnas em 3 de dezembro e vigiem o processo eleitoral para evitar irregularidades. O pedido de Rosales é particularmente importante porque até há apenas três meses os principais porta-vozes de seu partido procuraram passar a idéia de que o sistema eleitoral automatizado não era confiável e que não valeria a pena votar. Agora, no entanto, deram um guinada radical no discurso e sustentam que o sistema automatizado é inexpugnável e, portanto, oferece todas as garantias que refletirá fielmente a vontade dos eleitores.
Para garantir transparência ao processo, o Conselho Nacional Eleitoral informou que ao término da votação 54% das mesas eleitorais serão auditadas imediatamente para comprovar que os resultados obtidos respondem aos votos emitidos em cada uma delas, embora, segundo afirmaram, 5% já seria um universo suficiente, segundo padrões internacionais.
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