| 09/11/2006 23h29min
O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Hugo Chávez, muito provavelmente ganhará as eleições de 3 de dezembro, mas depois terá que lidar com os setores populares descontentes com seu governo. Isso foi o que disse o diretor do instituto de pesquisas Hinterlaces, Oscar Schémel, ao apresentar na Associação da Imprensa Estrangeira os resultados de suas últimas sondagens, que coincidem com a maioria das divulgadas nos últimos dias. Tais pesquisas dão pelo menos 15 pontos percentuais de vantagem para Chávez sobre Manuel Rosales, o principal candidato da oposição.
Os resultados da sondagem da Hinterlaces, realizada entre 29 de outubro e 4 de novembro e baseada em mais de 13 mil contatos telefônicos conferem a Chávez e Rosales 45% e 25% das intenções de voto, respectivamente. Ainda de acordo com a consulta, 4% dos entrevistados não revelaram seu voto ou não sabem em quem votarão.
Schémel admitiu que "muito provavelmente" a diferença de 20 pontos entre os dois candidatos diminuirá em 3 de dezembro. Porém, o diretor do instituto alertou para os futuros problemas de governabilidade.
– O presidente está muito ameaçado (...), dado o grande descontento com o descumprimento de promessas. Mas a maioria dos seguidores de Chávez "desculpa seus erros" e responsabiliza as pessoas à sua volta – acrescentou.
Schémel acrescentou que a "ferida profunda na liderança do presidente" se evidencia na insegurança, que a maioria da população aponta como o principal problema do país, acima do desemprego (54%) e o referente à habitação (19%), por exemplo.
– A insegurança é o maior problema para 87% da população, mas esta não responsabiliza Chávez, mas seu entorno. Os reponsáveis pela insegurança são, nesta ordem, o governo, o desemprego, a fome, a crise de valores e outras causas. Só 8%" consideram o presidente culpado – destacou Schémel.
De modo geral, disse o diretor da Hinterlaces, os entrevistados dizem "Pobrezinho do Chávez, que tem sido enganado" ou, no máximo, que "ele deveria mudar seus colaboradores, inclusive por não-chavistas".
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