Com passagem marcada para as 21h30min da terça-feira, para Imperatriz (MA), Nelson Lima Pessoa aguardava em Brasília, no saguão do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, o embarque em um avião da Gol com saída prevista para as 21h30min, mas sem confirmação no painel eletrônico até aquele horário. Ele contou que os cerca de 120 passageiros foram retirados ontem de dentro do avião, por policiais federais, depois do aviso de que o vôo fora cancelado.

O avião havia estacionado na pista com cinco horas de atraso e às 2h30min de hoje a tripulação informou que os passageiros seriam embarcados em um vôo da TAM. Eles resistiram, mas acabaram deixando o avião, depois que os funcionários da Gol acionaram o posto da Polícia Federal no aeroporto. Oito agentes participaram da operação de retirada dos passageiros.

Segundo Nelson Pessoa, não havia negociação entre a Gol e a TAM e a "mentira" teria sido uma forma de pressão pela desocupação imediata do avião. Às 5h hoje, os passageiros foram transferidos para hotéis na cidade, custeados pela empresa aérea.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Gol informou que o pedido de ajuda à Polícia Federal foi feito porque a tripulação se sentiu intimidada com a reação dos passageiros.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as empresas não podem ser responsabilizadas pelos atrasos que têm ocorrido – eles decorrem do aumento de fluxo no tráfego aéreo e do reduzido número de controladores de vôo em serviço. A assessoria da Agência também esclareceu que a legislação prevê tolerância para atrasos de até quatro horas nos vôos e sugeriu aos passageiros que procurem a Gol para saber qual o motivo do cancelamento.

A Polícia Federal foi contatada para fornecer esclarecimentos, mas não retornou a ligação. A delegada-chefe do posto no aeroporto não se encontrava no local e o substituto dela disse desconhecer o fato. Uma funcionária informou que o agente responsável pela operação de retirada dos passageiros, Dilmar Lourenço, estava de folga hoje e só retornaria no sábado.