A reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou a primeira página dos maiores sites internacionais de notícias. A norte-americana CNN colocou na manchete de sua página: "Lula tem vitória esmagadora", com uma foto do presidente comemorando a vitória na disputa contra o tucano Geraldo Alckmin, no segundo turno.

O texto, assinado pela agência de notícias Associated Press (AP), diz que "os brasileiros reconheceram seu primeiro líder da classe trabalhista depois que ele ajudou a reduzir a pobreza melhorando a economia do maior país da América Latina".

O texto também destaca o crescimento de Alckmin na reta final do primeiro turno, mas diz que prevaleceu o voto de "milhões de pessoas de baixa renda que se beneficiaram, de alguma forma, de programas sociais nos últimos três anos, sem que os impostos tivessem aumentado", citando ainda que os escândalos sobre corrupção em seu governo nunca o atingiram.

O Washington Post reproduziu a mesma reportagem, com a chamada "Presidente do Brasil vence facilmente".

O The New York Times publicou uma reportagem, assinada pelo polêmico correspondente Larry Rother, usando o mesmo título da CNN. No texto, Rother destaca que Lula superou "uma série de escândalos políticos e sobre corrupção que picharam sua imagem e minaram sua credibilidade". Mas ressalta que o slogan usado na campanha "não troque o certo pelo duvidoso ressonou juntamente à classe trabalhadora, que forma sua base eleitoral".

O correspondente diz que "Lula governou à direita e adotou uma política econômica conservadora, com um grande superávit que agrada Wall Street e o Fundo Monetário Internacional, apesar de ter feito uma campanha à esquerda".

A britânica BBC também deu manchete à notícia da vitória de Lula e ressaltou que, durante sua campanha, o presidente sugeriu que Alckmin poderia pôr fim aos benefícios dados aos pobres e privatizar as empresas estatais do país.

O presidente ganhou ainda a manchete do site do jornal espanhol El Pais, estampado em uma foto em que aparece ao lado da primeira-dama, dona Marisa. O jornal destacou as promessas do presidente de que o segundo mandato será marcado por uma política mas desenvolvimentista.

O argentino La Nacion fez uma reportagem citando a festa que era preparada para comemorar a vitória de Lula na Avenida Paulista. O também argentino Clarín, por sua vez, destacou que, ao falar sobre sua vitória, Lula deu alguns sinais que darão o tom do segundo mandato: "Chamou a oposição para um diálogo, ressaltou os laços com os países do Mercosul e estabeleceu como meta o crescimento do Brasil em índices maiores", frisou o texto.

O francês Le Monde destacou que "Lula se posicionou como defensor dos mais pobres e se apoiou nos bons resultados da luta contra a inflação, no aumento do salário mínimo e na extensão dos programas de ajuda social".

O italiano La Repubblica, por volta de 22h (horário de Brasília) tinha uma reportagem não atualizada apontando Lula como o favorito.