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 | 06/10/2006 18h37min

Lula diz que PFL e o PSDB não têm moral para discutir ética

Candidato afirma que quer comparar seu governo com o de Fernando Henrique

Depois da largada da campanha do segundo turno no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passa o dia na Bahia. Em um breve comício, ponto final de uma carreata que terminou na avenida que leva seu nome, Lula disse que o PFL e o PSDB não têm moral para discutir ética no Brasil. Ele voltou a dizer que a sua intenção é debater no segundo turno projetos para o desenvolvimento do país, mas afirmou que se seus adversários quiserem discutir ética, ele não fugirá do tema.

– Não pensem que eu fiquei preocupado em disputar o segundo turno. É o terceiro segundo turno que eu disputo. Como são dois candidatos, agora vai ficar mais fácil ver a diferença dos projetos entre os dois. Se quiserem discutir ética, vamos discutir, porque nem PSDB nem PFL têm moral para dar lição de ética em qualquer um que seja neste país – disse Lula, confirmando que vai participar do debate da TV Bandeirantes no próximo domingo.

O candidato afirmou que sua disposição nesta fase da campanha é comparar o que foi feito nos oito anos do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e o que está sendo feito agora por seu governo, em termos de geração de empregos e desenvolvimento do Nordeste.

– O último que lembrou do Nordeste foi o presidente Juscelino Kubitschek. O Nordeste só serve na época de eleição, depois viram as costas – disse Lula.

Porém, dentro da estratégia de mostrar que seu governo não prioriza programas apenas para o Nordeste, Lula afirmou que deve sua carreira política a São Paulo.

– Embora eu deva tudo para São Paulo, corre sangue nordestino nas minhas veias, o sangue da minha mãe e do meu pai – disse.

No comício, o presidente Lula agradeceu a votação que teve na Bahia e a eleição de Jaques Wagner, afimando que a vitória representou alegria para o país inteiro, porque acabou com 18 anos de poder do PFL.

– O que ficou provado aqui é que estamos tendo a segunda chance. A primeira foi em 1986, quando elegemos Waldir Pires. Depois eles ficaram 16 anos no poder. Não temos nada de pessoal contra ninguém, a divergência é de projeto político, do que queremos para o nosso país – disse Lula.

Por sua vez, Wagner, que se juntou ao comando da campanha para reforçar a presença do partido nas ruas, desafiou a população de Juazeiro a dar mais de 95% dos votos no segundo turno para o petista, e a da Bahia a dar mais de 85% dos votos a Lula. Jaques Wagner lembrou que o presidente não perdeu eleição em Juazeiro.

– A Bahia já tinha mil motivos para votar no presidente Lula. Agora tem 1.001. É fundamental que eu tenha na Presidência da República o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No primeiro turno, a Bahia deu 67% dos votos para Lula. Eu aqui convoco para que no segundo turno a gente dê acima de 85%, a gente arrebente nas urnas. Eu queria dar 100%, mas eu sei que tem meia dúzia do PFL que vai votar do outro lado. Eu estou desafiando Juazeiro a dar 95% dos votos para o presidente Lula, para arrebentar nas ruas – disse o governador eleito, que derrotou o pefelista Paulo Souto no primeiro turno.

– Como diz a música, quem tem fé vai a pé, e nós temos fé. No primeiro turno diziam que eles eram imbatíveis. Na minha opinião, imbatível só tem um, e tá lá em cima – afirmou Jaques Wagner, que apresentou o senador eleito da Bahia João Durval (PDT), afirmando que na eleição o grupo de Lula na Bahia "fez barba, cabelo e bigode".

Lula chegou a Juazeiro pouco antes das 15h, acompanhado da primeira-dama, dona Marisa Letícia, e do governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT). O presidente participou da carreata em carro aberto, e autografou comisetas, bonés e bandeiras do PT. Milhares de pessoas acompanham o presidente, de bicicleta, a pé e de motocicleta.

O mapa do poder no Brasil

AGÊNCIA EFE
 

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