O PMDB, tradicionalmente a maior força eleitoral do país, dividirá seu apoio entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin no segundo turno das eleições presidenciais.

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, disse hoje que seu partido está dividido em duas alas: uma que apóia o presidente e outra que prefere Alckmin. Além disso, Calheiros disse que cada ala fará campanha para seu candidato favorito. No primeiro turno, o PMDB já estava dividido.

– A tendência é que cada ala mantenha seu voto. Tanto um campo como o outro vai trabalhar para atrair quem não votou em Alckmin ou não votou em Lula –, afirmou o presidente do Congresso.

Renan Calheiros, um dos principais dirigentes do PMDB e aliado de Lula, esclareceu que a direção do partido não pretende se reunir para tentar concordar o apoio a um só candidato para o segundo turno.

Apesar das divisões internas e de não ter um candidato presidencial, o PMDB saiu fortalecido das urnas no domingo. O partido terá a partir do próximo ano a primeira minoria na Câmara dos Deputados e a segunda no Senado.

Além disso, o PMDB venceu no primeiro turno as eleições para governador em quatro dos 27 estados e terá candidatos em outros seis no segundo turno.

A divisão da formação em torno dos dois candidatos presidenciais ficou evidente hoje no Rio de Janeiro, onde os principais dirigentes regionais do partido anunciaram apoio a um ou outro candidato.

Hoje, Alckmin, que obteve 41,6% dos votos, recebeu apoio formal do presidente do PMDB no Rio, Anthony Garotinho, assim como da governadora Rosinha Garotinho.

Lula, que recebeu 48,6% dos votos, recebeu apoio do candidato do PMDB ao governo do Rio de Janeiro, o senador Sérgio Cabral, que enfrentará a deputada federal Denise Frossard, que já vinha apoiando Alckmin, no segundo turno.

Renan Calheiros anunciou que já se comunicou com alguns dos atuais governadores do PMDB e com os que ganharam as eleições no primeiro turno para pedir-lhes que anunciem seu apoio a Lula.

O comitê de campanha de Lula, por sua parte, anunciou que o chefe de Estado se reunirá na quarta-feira com os governadores eleitos de partidos aliados, incluindo o do Amazonas, Eduardo Braga, que é dirigente do PMDB.

AGÊNCIA EFE