| 29/09/2006 09h59min
Os petistas Freud Godoy, ex-assessor particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Hamilton Lacerda, ex-coordenador de comunicação da campanha de Aloizio Mercadante em São Paulo, prestarão depoimento na manhã desta sexta-feira ao delegado Diógenes Curado, responsável pelas investigações sobre a compra do dossiê contra tucanos, e ao procurador da República Mário Lúcio Avelar.
Hamilton já foi identificado pelas imagens do circuito interno do Hotel Ibis, em São Paulo, como o petista que levou o dinheiro para a compra do dossiê. A PF tem informações de que mais uma pessoa - ainda não identificada - foi à noite ao hotel. O envolvimento de Freud no episódio será desvendado nesta sexta-feira, no interrogatório. Freud foi citado por Gedimar Passos, o petista preso com os dólares, como o contato do PT na compra do dossiê. A PF quer saber qual a participação dele da operação para conseguir o dinheiro. – Hamilton Lacerda será ouvido para tentarmos descobrir a origem do dinheiro e as pessoas envolvidas no caso –, disse Avelar, ao desembarcar em São Paulo. A PF também investiga o único nome ainda a ser desvendado no esquema da suposta compra do dossiê contra os tucanos: André. O principal suspeito é um empresário de São Paulo, ligado indiretamente ao PT, com boas relações com dirigentes do partido. Outra linha de investigação insiste num André do governo federal. A polícia espera nesta sexta-feira, com o depoimento de Lacerda, chegar ao nome do verdadeiro André, financiador de parte do dinheiro da compra do dossiê. A investigação segue em sigilo, assim como as operações em casas de câmbio e doleiros. Só nesta quarta-feira, nove dias depois da apreensão dos R$ 1,15 milhão com os compradores petistas, o Ministério Público Federal acionou o Banco Central para saber a origem do dinheiro. O lote de reais e mais US$ 248,8 mil, num total de R$1,7 milhão, estavam com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, no dia 15, no Hotel Ibis, quando os dois foram presos como compradores do dossiê. O procurador Avelar avalia, entretanto, que será difícil localizar a origem do dinheiro. – Em relação aos dólares, eu suponho que seja mais fácil. O real depende de diligências do Banco Central –, disse ele. Para a PF, também é difícil rastrear os dólares, já que o BC protocola a chegada do dinheiro estrangeiro, mas não tem condições de rastrear para onde esses dólares são distribuídos. Os US$ 248,8 mil do dossiê chegaram em um lote de US$ 15 milhões recentemente ao Banco Sofisa, em São Paulo, numa operação considerada regular pelo banco. Desse dinheiro apreendido pela PF, cerca de US$ 110 mil chegaram em notas seriadas. Essa informação ajudou a descobrir a entrada do dinheiro. A PF já identificou três empresas, três pessoas físicas e 14 instituições financeiras que fizeram negócios com o banco Sofisa no período que antecedeu a tentativa de compra do dossiê. AGÊNCIA O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.