Depois do emocionante duelo do sábado, em que Flávio Saretta derrotou Andreas Vinciguerra por 3 sets a 2, após salvar match point, esperava-se uma nova batalha na manhã deste domingo, segundo dia de confrontos entre Brasil e Suécia pela repescagem da Copa Davis. Na segunda partida, o paulista Ricardo Mello tentou de tudo, mas não conseguiu fazer frente ao ótimo Robin Soderling, número 35 do mundo. O resultado foi um arrasador 3 a 0 para o sueco, com incríveis parciais de 6/0, 6/1 e 6/4, em pouco mais de uma hora e meia.

Agora, o duelo apresenta empate em 1 a 1 e ambos países se preparam agora para o jogo de duplas. Entram em quadra Gustavo Kuerten e André Sá, na tentativa de garantir o segundo ponto do Brasil contra os igualmente ótimos Jonas Bjorkman e Simon Aspelin, respectivamente número quatro e 17 do ranking de duplas. Os dois, porém, não tem um retrospecto tão favorável quando atuam juntos: foram quatro jogos, com três derrotas.

Se foi péssima para as pretensões do Brasil, a rápida partida entre Soderling e Mello pelo menos ajudou na programação, comprometida pela chuva. Se o capitão Mats Wilander, quiser, pode colocar o “descansado” Soderling em quadra novamente neste domingo, após as duplas, para enfrentar Saretta no quarto jogo. Wilander tem até duas horas para decidir o que fazer.

Soderling confirmou a condição de único top 100 entre os convocados para simples e deu show de potência, habilidade e frieza. Apesar de não ter no saibro seu piso preferido, mostrou que pode se dar bem, como fez no Torneio de Bastad, com quartas-de-final neste ano, e como nos Masters Series de Monte Carlo e Hamburgo, com oitavas.

– Joguei bem a partida toda. Os dois primeiros sets foram fáceis, mas depois ele melhorou. É normal em Copa Davis – destacou o tenista de 22 anos e 1m90.

– A quadra está boa, não tão lenta. E fui bem porque tive uma ótima temporada no saibro – concluiu o jogador, ainda na quadra.

Ele também conseguiu sua primeira vitória em Copa Davis, após dois revezes contra tenistas de ótimo nível: Lleyton Hewitt e David Nalbandian. Já Mello não conseguiu manter sua fama de “talismã” e sucumbiu diante de um potente rival. O paulista conheceu sua segunda derrota, a primeira em casa, mas ainda tem outros seis triunfos em seis confrontos até hoje.

O jogo começou neste domingo com pouco público, muito diferente da situação de sábado, o que também contribuiu para o inicio lento do brasileiro. Logo de cara, Soderling mostrou ao que veio, com saques potentes, sempre passando dos 210 km/h, e bolas longas do fundo da quadra, o que provocava espanto da torcida.

Enquanto isso, Mello não encontrava tática para mexer o sueco e ia vendo a desvantagem aumentar. Soderling não perdeu o controle e conseguiu quebras no segundo, quarto e sexto games: 6/0, em apenas 20 minutos. A segunda parcial não mostrou mudanças e rapidamente o sueco chegou a 3/0 no placar, calando a torcida que já chegava em maior número.

Mello fez o seu primeiro game após longo tempo e após mudar um pouco de tática, com bolas mais altas. No entanto, não manteve o ritmo e levou outro três games seguidos: 6/1. A única vez em que o brasileiro apareceu na frente foi no início do terceiro set, quando confirmou o serviço. Os dois fizeram jogo mais equilibrado, mas Soderling quebrou, pulou à frente em 3/1 e fechou e, 6/4 com tranqüilidade.