| 22/09/2006 13h07min
O depoimento do ex-assessor da campanha do presidente Lula à reeleição Jorge Lorenzetti, suspeito de envolvimento na compra do dossiê Cuiabá contra políticos tucanos, terminou por volta das 13h de hoje. Lorenzeti falou por cerca de três horas na sede da Polícia Federal, em Brasília, segundo o Jornal Hoje.
O dossiê seria entregue por Paulo Roberto Dalcol Trevisan, tio de Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam e chefe da máfia das sanguessugas, a petistas. A negociação teria sido elaborada por Lorenzetti. As imagens e os documentos, na avaliação do PT, ligariam Serra - que lidera as pesquisas eleitorais ao governo paulista - ao esquema de superfaturamente de ambulâncias.
Acompanhado do advogado, Lorenzetti chegou à PF, por volta das 9h, com uma aparência bem diferente. Ele usava um terno cinza, gravata rosa, óculos escuros e com bigode. O ex-assessor não quis dar declarações à imprensa.
De acordo com o advogado, Lorenzetti deveria confirmar que contratou Gedimir Passos para usar o dossiê contra os candidatos do PSDB. Ele deveria negar, no entanto, que tenha oferecido ou negociado dinheiro em troca do documento. O advogado disse ainda que seu cliente afirmaria que agiu por conta própria, sem consultar dirigentes do PT.
Na tarde desta sexta, também serão ouvidos Osvaldo Bargas, ex-chefe de gabinete do Ministério do Trabalho, e Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, que também teriam participado da montagem do dossiê.
Em entrevista à Rádio CBN nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, fez questão de descolar a imagem do governo do escândalo. Com críticas contudentes, Lula se referiu a Lorenzetti, Expedito e Bargas - todos próximos a ele - como se fossem meros conhecidos. Segundo Lula, "pessoa honesta não faz negócio com bandido".
– O Bargas trabalhava no Ministério do Trabalho. O Lorenzetti não tinha participação no governo. Eles foram contratados pelo partido para fazer o serviço de inteligência. E provou que o serviço não era tão inteligente como se pensou que era – ironizou.
As críticas mais duras, porém, ficaram para Expedito Afonso Veloso, ex-diretor de gestão de risco do Banco do Brasil que se licenciou do cargo para trabalhar na campanha de Lula. Segundo o presidente, seu comportamento beira a imbecilidade.
– É inexplicável que um homem com 20 e poucos anos de carreira no Banco do Brasil tenha jogado tudo isso fora – disse.
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