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 | 21/09/2006 20h15min

PF acredita que dólares de dossiê entraram ilegalmente no Brasil

Autoridades norte-americanas repassaram informações à polícia brasileira

A Polícia Federal tem indícios de que parte dos dólares encontrados com Gedimar Passos e Valdebran Padilha, pivôs do escândalo do dossiê, entrou ilegalmente no país. Os dois foram pegos com R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar um documento com informações contra os candidatos do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, e à presidência, Geraldo Alckmin.

Uma parte dos dólares é de um lote de US$ 25 milhões fabricado pela Casa da Moeda dos Estados Unidos em abril deste ano. O lote foi distribuído para bancos de Nova York e do Estado da Flórida.

As informações foram passadas à PF por autoridades norte-americanas, com base nos números de série das notas, que se referem a dois maços de dez mil dólares cada, num total de US$ 248.800,00 apreendidos.

Valdebran Padilha foi flagrado com US$ 109.800 e R$ 758 mil. Gedimar Passos foi preso com 139 mil dólares e mais R$ 410 mil. No total, foi encontrado com os dois o equivalente a R$ 1,7 milhão.

Os maços de dólares estavam com etiquetas onde se lê a sigla da Casa da Moeda norte-americada. Pela aparência das cédulas, a polícia concluiu que o dinheiro não havia circulado antes.

De acordo com as investigações, os números de série encontrados até agora não correspondem a dólares registrados no Banco Central do Brasil, o que indica que pelo menos parte do dinheiro apreendido entrou ilegalmente no país, de avião ou de carro.

Entre o material apreendido também estão registros de somas feitas em máquina de calcular, onde é possível ler anotações como 119-Campo Grande e, quase apagado, o nome Cláudio Márcio F. Silva e as palavras "arrecadação/caixa", Caxias-118.

A polícia obteve outra informação através de uma relação de passageiros de um vôo de 14 de setembro, dia em que Gedimar Passos disse ter recebido o dinheiro para comprar o dossiê. Naquele dia, um dos ocupantes do avião que saiu de Brasília para São Paulo era Jorge Lorenzetti, apontado como um dos principais nomes em torno do escândalo.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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