| 20/09/2006 07h20min
Oswaldo Martins Bargas, suspeito de oferecer à revista Época o dossiê contra tucanos, é casado com a secretária particular do presidente Lula. Monica Zerbinato, que ontem trabalhou normalmente no terceiro andar do Palácio do Planalto, é secretária pessoal do petista desde os tempos do Instituto da Cidadania.
Figura discreta e de uma fidelidade absoluta ao presidente, ela é responsável pelos compromissos não-oficiais do presidente, incluindo os familiares. Alguns petistas históricos tentaram impedir que ela seguisse com essas funções depois da posse porque sabiam que essa era a chave da intimidade de Lula. Não conseguiram.
Petista histórico de 56 anos, Bargas é amigo íntimo de Lula e entrou no governo na primeira hora - de onde só saiu em agosto, para escrever o capítulo de trabalho do programa de governo da reeleição do petista. A vida de Bargas sempre foi fortemente ligada ao movimento sindical e político.
Considerado falastrão e muito calmo, já foi acusado de criar outros dossiês contra políticos. Na campanha de 2002, ele teria articulado a produção de denúncias contra Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, na época candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes.
A carreira pública de Bargas foi forjada no movimento sindical. Em 1971 começou a trabalhar como metalúrgico. Conheceu Lula no auge do movimento sindical e nos primórdios do PT quando se transferiu para a Volkswagen, em 1978. São amigos e próximos desde então. Em 2002, depois de Lula eleito, poucos tinham autorização para subir ao apartamento do presidente, em São Bernardo do Campo. Bargas tinha.
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