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 | 20/09/2006 07h10min

Militantes do PT se perguntam quem é Freud Godoy

Assessor especial de Lula chegou a morar no Palácio do Alvorada

Quem era Freud Godoy antes de se aproximar de Luiz Inácio Lula da Silva em 1989, quando passou a cuidar da segurança pessoal do candidato, na primeira campanha à Presidência? Como Freud conquistou a confiança do petista a ponto de nunca mais se separar de Lula e até mesmo residir por algum tempo, no início do mandato, em 2003, no Palácio do Alvorada? Como um ex-metroviário conquistou um cargo de assessor especial particular de Lula, com direito a ter o nome citado no Quem é Quem da página da Presidência na Internet?

Militantes históricos do PT no ABC paulista, por onde Freud circulava, ainda trocam entre si essas e outras perguntas. A empresa criada por Freud em 2003, a Caso Sistemas de Segurança, tem sede em Santo André, na Grande São Paulo. É nesta cidade também que o ex-assessor especial - exonerado do cargo na segunda-feira - tem uma casa, na Avenida dos Estados. O ex-vereador petista da cidade e hoje militante do P-Sol  Ricardo Alvarez, assegura que Santo André não é a origem da Freud.

- Pesquisei até para saber se ele era filiado ao PT por Santo André, mas não é filiado daqui – disse.

Em São Bernardo do Campo, um metalúrgico, também ex-petista e igualmente ligado hoje ao P-Sol - mas que prefere não se identificar - diz que conheceu Freud antes de sua aproximação com Lula.

- Sempre vi este rapaz próximo de políticos do PT, mas não sei o que fazia, nem se já era filiado ao PT – afirmou.

Freud era metroviário quando conheceu Lula na capital paulista em 1989 e nunca mais se afastou do petista. O cargo de assessor especial particular só foi conquistado oficialmente em 12 de março de 2003. Ontem, seu nome foi retirado do site da Presidência. Até a noite de segunda-feira, o  nome aparecia ao lado de um telefone que era atendido no gabinete da primeira-dama, Marisa Letícia. Diante da pergunta sobre as atribuições de Freud, um assessor de imprensa informava:

- Está no site.

Na página, constavam apenas o cargo e os números de telefone e fax. Freud recebia R$ 6,3 mil por mês pela função. Sabe-se, desde segunda-feira, que o assessor era mais do que um guardião da segurança pessoal do presidente. Era uma pessoa próxima da família, encarregada de tarefas do cotidiano dos Silva. Freud cuidava desde a recepção a visitas, no Alvorada e na Granja do Torto, à tarefa de vigiar os passos dos filhos de Lula em passeios.

Em 2003, Freud transformou-se em empresário da área de segurança. Abriu uma empresa que desde 2004 está no nome da mulher dele, a jornalista Simone Messeguer Pereira Godoy, e do irmão dela, Kléber Michel Messeguer Pereira.
A Caso Sistemas de Segurança, que recentemente realizou uma varredura nas linhas telefônicas do comitê de campanha de Lula em Brasília. Na eleição de 2004, a Caso prestou serviços de segurança à candidata Marta Suplicy à prefeitura de São Paulo e recebeu R$ 106 mil pelo serviço.

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