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 | 19/09/2006 09h17min

Alckmin nega que PSDB esteja no submundo do crime

Candidato afirmou que tucanos estão unidos e que ganhará as eleições

O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, negou hoje que haja um racha em seu partido. Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, o tucano garantiu que o PSDB está unido e minimizou a carta aberta do ex-presidente Fernando Henrique – que fez balanço de erros e acertos do partido – e o fato de alguns candidatos tucanos ao governo do Estado declararem apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição.

– Fofocas de campanha não são essenciais. Ninguém vai se eleger pelo apoio de A, B ou C. Temos um time e uma equipe. É importante em política. Diga-me com quem anda e eu dir-te-ei quem é. Meu partido não está no submundo do crime da política. Pois, infelizmente a política brasileira, não é de agora, vem desde que o PT assumiu o governo, está mais no submundo do crime do que tratando dos assuntos do Brasil. Na campanha nacional, está todo mundo unido. Agora, cada estado tem suas brigas locais.

O candidato emendou afirmando que a campanha vive seu melhor momento. E garantiu que estará no segundo turno.

– O partido está unido. Nossa campanha vive seu melhor momento. Estamos animados, vamos para o segundo turno. E temos tudo para ganhar as eleições.

Se for eleito, Alckmin afirmou que vai entregar, no primeiro mês de governo, duas propostas de reformas ao Congresso. A reforma política, com ênfase para a fidelidade partidária e o voto distrital, e a reforma tributária, com a mudança da cobrança do ICMS, atualmente feita na origem, para o destino.

– Estamos perdendo tempo. Não podemos perder mais quatro anos. Eu entendo que a primeira reforma a ser feita é a do ICMS, que a cobrança, que hoje é na origem, seja no destino. Pois é imposto de consumo. São Paulo perde num primeiro momento, mas ganha porque acaba com a guerra fiscal. A idéia não é ninguém perder ou ganhar. É ter eficiência tributária.

Em relação à Reforma da Previdência, Alckmin afirmou que o pior déficit que assombra o país é o da Previdência Pública. Para minimizar o problema, o candidato sugeriu:

– Para novos funcionários, vamos criar o clube da Previdência complementar. Isso não vai ter efeito em 24 horas. Mas vai criar cenário melhor no médio e longo prazo.

O tucano disse ainda que é contra uma idade mínima para aposentadoria.

– Não existe idade mínima para o INSS e nem é correto que se estabeleça. Por quê? Eu sou médico. A desigualdade de expectativa de vida é brutal. Se estabelecer uma idade mínima, nas regiões mais pobres, a pessoa morre sem aposentar. Primeiro, o Brasil precisa crescer. Depois, diminuir a informalidade. E combater a fraude.

Durante a entrevista, o candidato se mostrou disposto a fazer um "choque de gestão". E negou que vá retirar recursos do programa Bolsa Família para isso.

– Vou fazer um choque de gestão. O governo gasta muito e gasta mal. Com compras eletrônicas, eu economizei em 3,5 anos R$ 4 bilhões. O que é o sanguessuga? É roubo na compra de ambulância. Se tivesse comprado por pregão, não teria nada disso. O tamanho do Estado, 34 ministérios, governo que não funciona, jogando dinheiro fora. Agora, com R$ 180 bilhões de juros, eu vou tirar dos R$ 8 bilhões dos pobres? Tem muitos outros lugares para fazer economia, melhorar a eficiência e melhorar a gestão.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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