| 18/09/2006 18h59min
O assessor especial da Presidência, Freud Godoy, negou nesta segunda, durante acareação com o advogado Gedimar Passos, acusação de que teria mandado comprar um dossiê que seria usado contra o tucano José Serra, candidato ao governo do Estado de São Paulo. Gedimar Passos foi preso na semana passada pela Polícia Federal suspeito de intermediar a negociação. O vendedor seria Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, empresa acusada de chefiar um esquema que superfaturava a compra de ambulâncias com auxílio de emendas parlamentares.
A principal peça do dossiê é um DVD de 23 minutos feito em Cuiabá e que custaria R$ 1,7 milhão. O vídeo mostra uma solenidade de entrega de ambulâncias realizada em 2001 num galpão da empresa Planam, e inclui cenas em que Serra, então ministro da Saúde, confraterniza com deputados acusados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, que investiga o superfaturamento.
Na acareação de hoje, Freud e Gedimar ficaram cara a cara por cerca de cinco minutos, mas o advogado alegou direito constitucional de permanecer calado.
Em seguida, Freud disse em depoimento que foi apresentado a Gedimar por meio de Jorge Lorenzetti, petista catarinense com cargo na administração do Banco do Estado de Santa Catarina e freqüentemente chamado por Lula para assar churrascos na Granja do Torto. Freud não quis falar com os jornalistas e seguiu da sede da PF até o estacionamento, cercado pelos repórteres, sem responder a nenhuma pergunta, apenas fumando.
O advogado de Freud, Augusto Arruda Botelho, negou que seu cliente tivesse pedido demissão do cargo. Segundo ele, Freud pediu apenas um afastamento temporário da assessoria da presidência. Mais cedo, o Palácio do Planalto confirmou que Freud havia encaminhado pedido de exoneração e que esta seria publicada nesta terça.
AGÊNCIA O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.