| 04/08/2006 16h17min
Foguetes de longo alcance lançados pelo Hezbollah atingiram hoje a cidade israelense de Hadera, a cerca de 30 quilômetros ao norte de Tel Aviv, em Israel. Meios de comunicação israelenses informaram que os ataques, os mais afastados da fronteira registrados até o momento, não deixaram vítimas. Além disso, a Resistência Islâmica, braço armado do Hezbollah, anunciou hoje que bombardeou o quartel-general das Forças Aéreas de Israel no norte israelense, segundo a rede de televisão Al Jazira. A notícia, sobre a qual o canal árabe não deu mais detalhes, não foi confirmada nem desmentida pelo Exército israelense. As forças do Hezbollah mataram hoje três militares de Israel em combates no sul do Líbano e outros três civis em ataques com foguetes contra o norte israelense. Também hoje, Israel matou quarenta libaneses, isolou Beirute do norte do país e levou a guerra às regiões setentrionais do Líbano, em um dos dias mais sangrentos desde o início dos conflitos. O ataque mais cruel ocorreu em plena luz do dia na região agrícola de Qaa, próximo à fronteira nordeste com a Síria, onde pelo menos 28 pessoas morreram quando carregavam um caminhão de frutas e hortaliças. Segundo o relato das testemunhas, aviões de combate israelenses abriram fogo contra um grupo de trabalhadores, em sua maioria curdos e sírios, que trabalhavam em um trailer frigorífico no coração do vale do Bekaa, uma das fortificações do grupo xiita libanês Hezbollah.Pelo menos quinze feridos foram transferidos a hospitais na Síria, segundo confirmou o Ministério libanês de Saúde. As regiões cristãs do norte do país, até o momento poupadas da guerra, também sofreram pela primeira vez ataques israelenses, em uma estratégia destinada, aparentemente, a propagar o pânico entre a população libanesa. Pouco após o amanhecer, por volta das 7h da manhã (1h de Brasília), caças-bombardeiros israelenses empreenderam operações bélicas coordenadas contra quatro viadutos e pontes da estrada que une Beirute à cidade de Trípoli, e que conduz à única passagem fronteiriça ainda utilizável com a Síria. O primeiro ataque destruiu parcialmente o viaduto que cruza a região de Mamelten, na parte cristã de Yunes, cerca de 20 quilômetros ao norte da capital. Os três mísseis lançados atingiram um Mercedes preto e uma caminhonete de transporte público que cruzavam as montanhas no momento, deixando três feridos. Um quilômetro ao norte, na região do Cassino de Beirute, outros dois mísseis abriram uma cratera profunda próximo à ponte que conduz ao rio Nahar al-Kalb, que desemboca no Mar Mediterrâneo. O maior ataque ocorreu em Halat, onde os moradores que saíam para trabalhar viram quatro mísseis reduziram a ruínas um viaduto de seiscentos metros de comprimento e 53 de altura, um dos maiores do norte do Líbano. – Foi horrível. Em um instante, vi a ponte desabar sobre um de meus vizinhos. Agora já sentimos a guerra –, disse Mariam Salib. Sua casa, ao lado da ponte, sobre duas colinas que levam do mar até uma profunda garganta que se perde entre as encostas escarpadas, havia ficado praticamente destruída. – Por que Israel nos ataca? Aqui não há membros do Hezbollah. Só querem nos causar danos porque na realidade nos odeiam, odeiam o Líbano e os libaneses –, disse Rita Bachir, moradora da aldeia. Segundo membros da Cruz Vermelha libanesa, os bombardeios ao viaduto de Halat deixaram pelo menos cinco mortos e dez feridos. Mais ao norte, a aviação israelense destruiu a ponte de Matfun, na região de Batrum, uma das saídas naturais em direção às montanhas onde se conservam os últimos cedros que fizeram o Líbano famoso na Antiguidade. Além disso, inutilizou a estrada entre Tareya e Afka, que cruza os montes agrestes para desembocar no vale do Bekaa, deixando assim a antiga estrada do litoral como única via de acesso ao norte do país. AGÊNCIA EFE
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