| 03/08/2006 16h28min
Os brasileiros que desembarcaram na manhã de hoje em São Paulo, vindos do Líbano, revelaram que a última semana de bombardeios foi a mais difícil. Segundo Amira Ahmad, aumentaram os ataques e faltou alimento.
– A gente comprou bastante comida. Começou a faltar cigarro, farinha, açúcar e pão – disse.
Ahmad saiu do Brasil para visitar os filhos no Vale do Bekaa, região no leste do Líbano fortemente bombardeada, e ficou lá por quase dois meses. Ela afirma ter presenciado três ataques.
– Foi um desespero. Eu via isso na televisão, mas nunca tinha visto ao vivo. Quando jogam a bomba, os vidros e as casas balançam, faz muito baralho. Ficávamos desesperados – conta.
– Essa última semana foi muito difícil – confirma Mohamed Chamdaur, que morou por dois anos e meio no Vale do Bekaa.
– Até uns 20 dias atrás estava tudo bem no Líbano, um paraíso. Mas aí teve esse conflito e fomos obrigados a sair de lá – diz Chamdaur, que desembarcou na capital paulista acompanhado da esposa e dois filhos.
Para ajudar pessoas que estavam no Líbano e voltaram ao Brasil, foi criado um comitê de ajuda humanitária intitulado SOS Salve o Líbano. Segundo Mohamed Zoghbi, diretor executivo da Federação das Associações Mulçumanas do Brasil e um dos fundadores do comitê, a campanha foi lançada na última terça-feira e tem apoio de várias associações religiosas, sociais e culturais.
– O objetivo é dar suporte a essas pessoas que estão chegando e arrecadar mantimentos, medicamentos e vestuário para eles – afirma Zoghbi, que esteve no aeroporto oferecendo ajuda aos brasileiros que chegavam.
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