O líder do grupo xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse que a Resistência Islâmica bombardeará Tel Aviv se o Exército israelense voltar a atacar Beirute.

– Se atacarem nossa capital, nós bombardearemos a sua, Tel Aviv –, ameaçou Nasrallah em entrevista divulgada hoje pela televisão Al-Manar, órgão de comunicação do Hezbollah.

Nasrallah, que dedicou os primeiros minutos de seu discurso a analisar a situação da "guerra aberta com Israel" em sua quarta semana, apareceu tranqüilo diante das câmeras, vestido com roupa e turbante escuros e sentado em frente a uma bandeira do Líbano e outra do Hezbollah.

A última aparição pública do líder do Hezbollah foi no sábado passado, quando, em discurso também emitido pela televisão Al-Manar, Nasrallah prometeu atacar mais cidades do centro de Israel.

Já o chefe da maioria parlamentar no Líbano, Saad Hariri, afirmou que é uma "ilusão" pensar que é possível acabar com o Hezbollah.

– Para isto acontecer seria necessário matar entre 25% e 30% dos libaneses –, declarou Hariri, filho do ex-primeiro-ministro libanês assassinado no dia 14 de fevereiro de 2005.

Hariri, que chegou hoje a Moscou para conversar com autoridades russas, disse que o Líbano "sempre afirmou que será o último país árabe a fazer as pazes com Israel".

O político libanês defendeu "o fim dos ataques israelenses tanto por terra como por mar", além de pedir a suspensão das atividades dos agentes secretos de Israel.

Além disso, ele desculpou a ONU por sua incapacidade para impor um cessar-fogo e encontrar uma solução para o conflito, pois "sempre defendeu o fim das hostilidades e faz tudo o que pode".

– A culpa é de alguns membros do Conselho de Segurança. É necessário encontrar uma linguagem comum dentro da ONU –, declarou.

Por outro lado, Hariri afirmou que espera que o "Irã não tente dividir o Líbano e utilizá-lo como cenário para seus jogos e interesses políticos".

AGÊNCIA EFE