O dissidente cubano Manuel Cuesta Morúa, líder do grupo Aliança Progressista, de caráter moderado, pediu hoje transformações pacíficas em Cuba, em um momento no qual, segundo ele, a estabilidade constitui um problema de segurança nacional no país.

– Estamos diante de um acontecimento sem precedentes na história cubana desde 1959, com a estabilidade e a ordem social constituindo um problema de segurança nacional, crucial para o futuro do país – declarou Cuesta Morúa, em comunicado divulgado em Havana.

O líder do Aliança Progressista ratificou que tanto a estabilidade como a ordem social só podem ser garantidas a partir das transformações que, em todos os escalões, a sociedade demanda, para que sejam definidos potencialidades e direitos plenos. Segundo ele, os novos acontecimentos não mudam por si só as condições sociais, políticas e econômicas de Cuba, e também não alteram as perspectivas do grupo de participar de tais transformações "a partir das posições de moderação, gradualismo e respeito às diferenças que caracterizaram" os cidadãos da ilha.

Ainda de acordo com o líder dissidente, as autoridades devem se preocupar com "os profundos problemas e carências que afetam o povo cubano, cuja solução transcende qualquer reordenamento, seja temporário ou não, das estruturas governamentais e, ao mesmo tempo, demanda responsabilidade política, sensibilidade e patriotismo".

A Aliança Progressista conclui o comunicado reafirmando "seu compromisso de contribuir para melhorias na sociedade em um clima de paz e entendimento entre todos os cubanos".