| 02/08/2006 00h44min
Raúl Castro optou hoje pelo silêncio em seu primeiro dia à frente do Governo provisório de Cuba, uma data que pode entrar para a história do país como um marco da revolução. O presidente provisório não fez declarações nem falou à imprensa em seu primeiro dia de interino.
A estréia no governo de Raúl Castro, de 75 anos, foi tranqüila. O ambiente foi marcado por expectativa e cautela, à espera de relatórios sobre o estado de saúde de Fidel. O líder cubano se recupera de uma operação motivada por hemorragias intestinais causadas pelo estresse.
Quase 24 horas depois do anúncio da transferência provisória de funções do líder cubano para seu irmão, outra mensagem atribuída a Castro tranqüilizava a população. O líder da revolução, que completará 80 anos dia 13 de agosto, disse que se encontra estável e de bom ânimo.
A mensagem encerrou um dia de calma em Cuba, marcado pela ausência de declarações de dirigentes do país. A exceção foi o presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular (Parlamento), Ricardo Alarcón. Ele garantiu que os últimos dias de Castro "estão bem longe".
Durante o dia todo, centenas de cubanos participaram de atos de reafirmação patriótica em locais de trabalho e espaços públicos para afirmar seu apoio aos irmãos Castro e seu compromisso com a revolução.
– Raúl é um líder indiscutível. A revolução confia nele e na geração que eles prepararam – afirmou um dirigente comunista local durante um dos atos em Havana, enquanto os manifestantes gritavam vivas ao irmão de Fidel.
Não faltaram críticas aos exilados cubanos em Miami. Centenas de pessoas comemoraram nas ruas da cidade americana o afastamento temporário de Fidel Castro.
Para Ricardo Alarcón, os "gatos pingados" que se manifestaram em Miami são mercenários e terroristas e seus atos "dão ânsia de vômito". A reação da comunidade cubano-americana de Miami foi também criticada num programa de sucesso da televisão local, que não poupou ofensas como "vermes e mercenários" contra os líderes dos grupos do exílio.
– O povo está muito consciente da sua missão neste momento – afirmou durante o programa o diretor do jornal oficial Juventud Rebelde, Rogelio Polanco.
O governo dos Estados Unidos optou pela cautela em seus comentários sobre Cuba. Mas deixou claro que não há planos para se aproximar do regime.
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