Os principais jornais norte-americanos repercutiram hoje a notícia da doença do presidente de Cuba, Fidel Castro, e a passagem temporária do poder a seu irmão Raúl. Os jornais de Miami fizeram uma ampla cobertura das manifestações de milhares de cubanos na noite de ontem.

"Castro cede o poder" é a manchete do Miami Herald. O jornal entrevistou personalidades cubanas exiladas, que se mostraram cautelosas, levando em conta uma longa história de rumores e notícias falsas sobre a saúde de Fidel. O jornal informou ainda que "os exilados cubanos percebem o possível fim de uma era".

O jornal de língua espanhola El Nuevo Herald relatou a reação de alegria da comunidade de cubanos exilados no sul da Flórida. O diário comentou a "euforia transbordante nas ruas de Miami".

"Durante duas gerações, os cubano-americanos em Miami esperaram pacientemente a notícia que chegou na segunda-feira por telefones celulares, pela televisão, pelas rádios: Fidel Castro já não é quem manda em Cuba", acrescentou o jornal.

The New York Times, The Washington Post e The Boston Globe não deram muito destaque à notícia, que ficou em suas páginas internas. The Washington Times não publicou nenhuma notícia sobre Castro e Cuba.

O jornal The Chicago Tribune, em artigo de seu correspondente em Havana, informou que "Castro se submeteu a uma complicada cirurgia intestinal devido a uma hemorragia interna, e cedeu o poder pela primeira vez em 47 anos, colocando seu irmão mais novo Raúl à frente da ilha".

"Castro, de 79 anos e o governante que esteve mais tempo no poder, deverá passar algumas semanas afastado de suas responsabilidades, segundo um comunicado oficial", afirma o artigo. "Seu irmão, de 75 anos, assumirá também o controle pleno das Forças Armadas e do Partido Comunista", acrescenta.

A rede de televisão CNN, que durante mais de duas semanas esteve voltada quase exclusivamente à cobertura dos ataques no sul do Líbano, colocou hoje a notícia de Fidel entre as mais importantes.

AGÊNCIA EFE