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 | 01/08/2006 08h43min

Israel estende operações no Líbano

Comunidade internacional tenta negociar um cessar-fogo

Israel está estendendo hoje suas operações terrestres no sul do Líbano contra a infra-estrutura de combate da milícia xiita libanesa do Hezbollah até o Rio Litani, situado cerca de 20 quilômetros ao norte da fronteira, enquanto a comunidade internacional tenta negociar um cessar-fogo.

A grande maioria dos ministros que faz parte do Gabinete de Segurança israelense, presidido pelo primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, concordou com a extensão das operações militares no sul do Líbano.

Olmert disse na segunda-feira que o Exército continuará as operações no Líbano "até alcançar nossos objetivos".

Segundo fontes militares e do governo israelense, estes objetivos consistem em limpar as instalações militares do Hezbollah e – uma vez cumprido – entregar o controle da região a uma força multinacional ainda em estudo ou ao Exército nacional libanês, a fim de impedir a volta dos milicianos à fronteira com Israel.

O general reformado Zeev Livni disse hoje à emissora pública que a campanha, na qual Israel está empenhando apenas "10% ou 20%" de sua capacidade militar, precisa "de uma semana a 10 dias" e será cumprida "sem grandes problemas".

Israel, aparentemente com o total apoio dos Estados Unidos, só admitirá a suspensão das hostilidades contra o Hezbollah – segundo fontes do Poder Executivo – quando se instalar no sul do Líbano uma força multinacional cuja criação depende da ONU, e que pode ser constituída nesta semana.

Segundo diversas fontes, essa força que teria a participação de soldados de países da União Européia (UE) e da Índia teria de 10 mil a 20 mil homens, sob o comando de oficiais franceses.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, após se reunir com Olmert, com o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, e com a ministra de Exteriores israelense, Tzipi Livni, expressou ontem aos jornalistas em Jerusalém sua esperança de que "o cessar-fogo seja alcançado nesta semana".

– Não há nem haverá nos próximos dias um cessar-fogo –  disse Olmert em ato público horas depois de Rice voltar a Washington.

– Ainda há pela frente muitos dias de combate, com baixas e muita dor, mas não nos renderemos aos terroristas – acrescentou.

Um porta-voz do governo de Israel disse à imprensa israelense que desde o início da ofensiva contra o Hezbollah, após o seqüestro de dois soldados de uma patrulha israelense há 21 dias, o Exército destruiu cerca de 75% dos mísseis terra-terra da milícia, entre eles os Zelzal-2 montados no Irã e capazes de atingir Tel Aviv e o centro do país.

– Sabemos quantos nós destruímos e sabemos quantos eles lançaram, mas um terço deles não foi eliminado. Eles são muitos, e podem causar grandes danos se chegarem a ser lançados – acrescentou o porta-voz.

Os militares israelenses calculam que os milicianos pró-iranianos do Hisbolá, que estão há quase dois dias sem lançar seus foguetes contra localidades da Galiléia, no norte de Israel, têm ainda 9 mil ou 10 mil foguetes Katyusha de 122 milímetros e centenas de plataformas móveis (caminhões) para dispará-los.

Fontes militares informaram hoje que, até o momento, morreram no sul do Líbano 230 milicianos libaneses, entre eles 50 de unidades de elite. Entre os israelenses, 51 morreram - 33 soldados e 18 civis.

Os meios oficiais e militares temem que, caso a campanha terrestre contra suas posições no sul do Líbano seja bem-sucedida, o Hezbollah lance do norte do país os Zelzal-2 ou outros mísseis contra o centro de Israel, como ameaça o líder da milícia, Hassan Nasrallah.

Fontes militares informaram hoje sobre a ocupação de várias aldeias rurais por forças da infantaria mecanizada, de pára-quedistas e do corpo de engenheiros, que abrem passagem neutralizando minas terrestres.

AGÊNCIA EFE
 

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