O empresário Luiz Antônio Vedoin diz ter desembolsado cerca de R$ 1 milhão para corromper os administradores de 77 prefeitos de mais de 450 cidades, na compra superfaturada de ambulâncias conhecida como a Máfia dos Sanguessugas. Vedoin fez a declaração em depoimento à Justiça Federal.

Vedoin contou que o acerto sempre começava com deputados e senadores. Caberia a eles apresentar as emendas para a compra de ambulâncias e, em grande parte dos casos, também acertar as licitações com os prefeitos.

A Planam vendeu ambulâncias e equipamentos hospitalares com preços superfaturados em 22 Estados. Só em Mato Grosso, onde fica a sede da empresa, a fraude foi executada em 110 municípios.

Vedoin disse que a Planam tinha pouca penetração no Rio Grande do Sul porque outras empresas dominariam o mercado das emendas parlamentares gaúchas. A partir da declaração, o Ministério Público Especial (MPE) irá encaminhar representação ao Tribunal de Contas do Estado solicitando que os auditores examinem os contratos firmados por prefeituras gaúchas para compra de ambulâncias.

Levantamento realizado pelo MPE mostra que entre 2001 e 2006 cerca de 20 empresas atuaram no fornecimento de ambulâncias no Estado, mas duas ficaram com a maior parte dos contratos. Uma empresa instalada na Serra realizou pelo menos 45 vendas. Outra, situada no Norte, fechou 32 negócios.

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