| 30/07/2006 21h12min
Falando à militância petista neste domingo em Florianópolis como candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a oposição de desaforada por "vender a idéia" de que "não somos éticos". Lula conclamou os petistas a responderem a todas as acusações, comparando o seu governo com qualquer outro, e ter "ousadia" para defender "nossa dignidade".
– Eles não têm dados comparativos para disputar conosco. Mas eles são desaforados. Eles resolveram vender a idéia de que são éticos e nós não somos éticos. Eu disse ontem em Porto Alegre, não levaremos desaforo para casa. Não iremos permitir que alguns que nunca foram éticos na política brasileira tentem jogar para cima do PT uma coisa que nós prezamos – disse ele, em evento realizado num centro de convenções no centro da cidade.
No discurso de cerca de 40 minutos para cerca de 2,5 mil pessoas, Lula disse que seu governo não teme ser comparado a nenhum governo.
– Nos dados comparativos eu fiquei imaginando que bom que algumas pessoas curtam tanto ódio contra nós, não pelas coisas ruins que nós fizemos, mas pelas coisas boas que nós fizemos nesse país – ironizou.
Sem citar nomes, lembrou do episódio em que o senador Jorge Bornhausen, presidente nacional do PFL, que é de Santa Catarina, se referiu aos petistas como "raça" que deveria acabar.
– A explicação que eu tenho para a demonstração de ódio é que um dia eu estava na televisão e eu vi um deles dizer: 'Precisamos acabar com essa raça.' Essa raça? Éramos nós. Eu nunca vi um gesto de violência tão profundo. Violência verbal, gratuita, destemperada, de alguém que quer ofender por ofender e que não demonstra, em nenhum momento, o que fez, para dizer que foi melhor do que nós – afirmou.
Em outra referência indireta ao presidente do PFL, o presidente classificou como "ódio deles" o processo movido na Justiça para acabar com o ProUni, programa de bolsa de estudos do governo federal.
– Aqui eu fui informado que as pessoas do PFL entraram com um processo para acabar com o ProUni. Se isso é verdade, é quase que pedir para a Justiça cometer um crime contra 200 e poucos mil jovens que estavam marginalizados e que conseguiram chegar à universidade brasileira. Ou será que o ódio deles é porque pobre não pode chegar à universidade? – perguntou Lula.
Segundo Lula, o governo tem punido quem errou. Na campanha, apesar de aconselhar os petistas a não deixarem que "chutem suas canelas" e que devem responder "à altura" as acusações, Lula disse que continua mais paz e amor do que nunca.
– Nesse debate, sem perder nunca a ternura, nós temos que responder à altura. Vamos vender tranqüilidade, paz e amor pra quem quiser. Afinal, vocês estão vendo. Estou mais Lula Paz e Amor do que nunca na minha vida. Mas não deixem chutar a canela de vocês.
Depois de discurso, falando rapidamente aos jornalistas, Lula disse que não vai citar nomes durante a campanha e que nenhum petista deve baixar a cabeça.
– Vou fazer uma campanha sem citar nome de ninguém. Eu disse apenas e vou repetir aqui, que nenhum companheiro que está disputando as eleições precisa baixar a cabeça – afirmou ele.
Perguntado por um repórter sobre a dificuldade que comentou de ser candidato e presidente ao mesmo tempo, Lula disse que não vai se licenciar do cargo.
– Não. Primeiro, não é pouca coisa alguém ser eleito presidente da República no Brasil. Segundo, depois de eleito você não pode permitir que por conta da eleição você deixe de exercer o seu mandato. O mandato de presidente da República é o cargo mais importante do país, não é pouca coisa o que estamos fazendo no Brasil, vou continuar e vou continuar com o sacrifício de fazer campanha no final de semana e administrar o Brasil durante a semana – prometeu.
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