| 26/07/2006 17h42min
O governo israelense negou hoje taxativamente que o bombardeio de um posto da Finul (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) no sul do Líbano tenha sido proposital e pediu perdão à ONU pela morte de quatro membros da força internacional. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e a ministra de Relações Exteriores do país, Tzipi Livni, não economizaram esforços para tentar acabar com as duras críticas feitas pela comunidade internacional em razão do episódio que tirou a vida de quatro capacetes azuis: um austríaco, um finlandês, um canadense e um chinês.
– Enviamos nossas condolências às famílias dos soldados e deixamos claro que não se tratou de um ataque deliberado, pois Israel nunca teve nem terá membros da ONU como alvos, porque não faz parte de nossa política nem de nossos valores – disse Livni em uma entrevista coletiva em Haifa.
A chefe da diplomacia israelense também declarou:
– Minha esperança é que a ONU compartilhe a visão de que estamos do mesmo lado combatendo o terrorismo e o longo braço do Irã na região.
Horas antes, o primeiro-ministro israelense ligou para o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, com a intenção de apresentar suas condolências. Olmert expressou "o profundo lamento de Israel pela morte dos militares por causa de uma falha" da Força Aérea, disseram fontes do escritório do primeiro-ministro israelense.
Os quatro capacetes azuis trabalhavam no posto de observação de Al-Jiam, que existe há 20 anos e está identificado com os símbolos internacionais da entidade: a sigla UN e a bandeira da organização. Além disso, o relatório preliminar da ONU afirma que após o lançamento dos primeiros projéteis e bombas, o oficial no comando da unidade da Finul pediu ao Exército israelense, em pelo menos dez ocasiões, que interrompesse o bombardeio.
A apuração iniciada hoje pelo Exército israelense ainda não deu resultados. Gideon Meir, chefe de Informação do Ministério de Relações Exteriores de Israel e próximo embaixador em Roma, disse que, por enquanto, não sabe o que aconteceu, e acrescentou que serão averiguadas todas as circunstâncias que cercam o episódio.
Para rebater as acusações de suposta intencionalidade, o diplomata questionou:
– Para que iríamos bombardear um posto da ONU? Qual haveria de ser o interesse ou lucro de Israel nisto? Claro, como pudemos ver, não nos prestou nenhum serviço.
Enquanto a diplomacia estava concentrada hoje em Roma na crítica situação humanitária do Líbano e no bombardeio do posto da Finul, no norte de Israel a população continuava nos refúgios por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Fontes da polícia disseram que hoje foram registrados pelo menos 90 impactos de foguetes, 27 deles em cidades, ataques que deixaram 18 feridos. Desde o início do confronto, no dia 12 de julho, Israel já foi atingida por 1.402 foguetes, episódios nos quais 19 civis morreram e mais de 1,2 mil ficaram feridos.
No aspecto militar, na localidade de Bint Jbeil, aconteceram duros combates entre milicianos do Hezbollah e do Exército de Israel, que ficou com cerca de 30 feridos e um número de mortos ainda não divulgado.
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