| 26/07/2006 13h45min
Ministros de 15 países pediram a formação urgente de uma força internacional sob o mandato da ONU, para dar assistência à população no Líbano. A Conferência de Roma sobre o conflito terminou hoje, com a decisão de "trabalhar imediatamente para conseguir um cessar-fogo com a maior urgência"
Os pontos principais do documento final do encontro são a intenção de resolver a questão entre Israel e Líbano e o desejo de trabalhar por um cessar-fogo. A guerra já dura duas semanas.
O ministro das Relações Exteriores italiano, Massimo D'Alema, leu a declaração final da conferência, que indica que o cessar-fogo deve ser duradouro, permanente e sustentável. D'Alema explicou que, durante a reunião, alguns países pediram que o cessar-fogo fosse imediato, mas o ministro italiano defendeu que "o problema é se seria realista alcançá-lo agora".
Além disso, destacou a importância do compromisso de todos em trabalhar para alcançar o acordo com a máxima urgência. Qualquer solução duradoura no Oriente Médio deve ser regional, por isso, expressaram seu compromisso de trabalhar com a comunidade internacional para uma paz "global e sustentável", acrescenta a declaração.
Outro resultado da reunião foi o pedido de uma força internacional no Líbano que "deveria ser autorizada urgentemente, sob mandato das Nações Unidas, para apoiar as forças armadas libanesas a conseguir uma situação segura".
A declaração afirma ainda que a condição fundamental para conseguir uma segurança duradoura no Líbano é que o Governo de Beirute tenha toda a capacidade de exercer sua autoridade em todo o território. Nesse sentido, a cúpula pede a aplicação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, relacionadas ao desarmamento das milícias libanesas e ao respeito à soberania e independência do Líbano.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que ainda há muito trabalho, e destacou que todos os países da região têm um papel importante a desempenhar, incluindo Síria e Irã, para que a paz seja sustentável e o Líbano tenha o controle sobre seu território.
A declaração manifesta a decisão dos participantes de trabalhar com a comunidade internacional para proporcionar ajuda imediata à população libanesa, e recebe com satisfação o anúncio israelense de permitir corredores humanitários.Os países reunidos também se comprometeram a ajudar na reconstrução do Líbano, e chegaram a um acordo de realizar uma conferência de doadores.
O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, considerou que na reunião de hoje foram feitos alguns progressos, mas admitiu que ainda falta muito para um cessar-fogo, que tem que ser imediato. Siniora disse que a segurança só chegará ao Oriente Médio quando Israel tiver boas relações com seus vizinhos, o que se pode conseguir através de um processo de paz.
A reunião de Roma foi realizada poucas horas depois de um ataque aéreo israelense destruir uma base da ONU no Líbano e causar a morte de quatro observadores. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, comentou o incidente.Annan disse que tinha conversado sobre este assunto com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que reconheceu o erro e expressou seu profundo pesar pelo ocorrido, "desculpas que nós aceitamos", relata o secretário-geral.
No entanto, Annan, que em seu discurso inicial tinha comentado que a morte dos observadores tinha sido um "trágico assassinato", afirmou é preciso saber o que aconteceu, e lembrou que as instalações da ONU ficavam naquela região do sul do Líbano há tempos e estavam claramente indicadas.O principal responsável da ONU pediu que Israel abra uma investigação para saber o que aconteceu, e propôs fazer isso de forma conjunta.
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