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O empresário João Antônio Setti Braga, ex-co-proprietário da empresa de ônibus Nova Santo André, declarou nesta quarta-feira, 10 de julho, que ele e seus sócios pagavam propina de R$ 100 mil por mês à prefeitura "para trabalhar sossegado".
Setti Braga ficou na Nova Santo André por dois anos e meio, entre julho de 1997 e janeiro de 2000. Ele afirmou que durante sua permanência na empresa houve o pagamento. Segundo essa conta, a propina chegou a, pelo menos, R$ 3 milhões.
– Era uma taxa para que pudéssemos trabalhar sossegados – alegou Setti Braga, em depoimento prestado à CPI da Câmara de Santo André com o objetivo de apurar as denúncias de propina.
O empresário declarou que o valor era recolhido por um dos sócios da empresa, Ronan Maria Pinto, que tinha ligações de amizade com o ex-secretário de Serviços Municipais Klinger Souza.
– Pagávamos R$ 100 mil em dinheiro vivo todos os meses. O dinheiro ficava com Ronan, que o entregava para o pessoal da prefeitura – afirmou Setti Braga.
Os vereadores que integram a CPI querem agora ouvir Ronan Maria Pinto e Klinger Souza, principais acusados de liderar o suposto esquema. Na sexta-feira, funcionários da Câmara procuraram ambos para convidá-los a depor, mas eles não foram encontrados. Os dois alegaram, por meio de funcionários ou parentes, que estavam fora de São Paulo. A CPI também quer ouvir Sérgio Gomes da Silva, ex-secretário do prefeito Celso Daniel (PT), morto em janeiro. Ele era esperado na quarta-feira, mesmo sem ter sido localizado para receber o convite para depor, mas não compareceu à sessão da CPI.
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