| 07/07/2006 16h23min
Por ser o número dois do mundo e por ter derrotado Roger Federer em quatro oportunidades neste ano seria fácil apontar Rafael Nadal como um dos finalistas de Wimbledon, certo? Nem tanto. O espanhol de 20 anos, “rei do saibro” nas duas últimas temporadas, nunca havia conseguido bom desempenho na grama até então. Mas em 2006, resolveu acabar com esta escrita.
Depois de chegar sem alarde e de conquistar vitórias suadas nas primeiras rodadas, Nadal embalou e, nesta sexta-feira, conseguiu o que parecia impossível há duas semanas: chegar à final do torneio. O feito foi conseguido com uma aula de tênis sobre o cipriota Marcos Baghdatis e o placar de 3 sets a 0, parciais de 6/1, 7/5 e 6/3.
Nadal faz, assim, exatamente o que Federer havia feito no saibro, ou seja, obter sucesso num piso em que antes não se dava tão bem. Mais do que isso, leva a Wimbledon um duelo que já pode ser considerado como o maior dos últimos anos e que repetirá exatamente a decisão de Roland Garros.
Estarão frente a frente dois tenistas que reescrevem a história do tênis. Mas ao contrário do último Grand Slam, desta vez Federer joga em seu piso predileto e chega à final com marca recorde de 47 vitórias seguidas. Há um mês, Nadal atuou na quadra favorita e também vinha com o recorde no saibro.
Nadal pode ir ainda mais longe no domingo. Se vencer, será o primeiro tenista desde Bjorn Borg a faturar os dois Grand Slam no mesmo ano. O sueco conseguiu isso em 1980. Ele também já repete Andre Agassi em 1999, último jogador a vencer Roland Garros e chegar à decisão do torneio inglês de forma consecutiva.
Se levantar a taça no jogo do domingo, o tenista de 20 anos dará a Espanha sua segunda conquista na competição. A outra veio há exatos 40 anos, com Manuel Santana.
Para chegar à decisão, Nadal veio por um caminho menos perigoso que Federer e ainda precisou se superar em confronto de segunda rodada. Nele, virou contra o norte-americano Robert Kendrick após estar com 2 a 0 de desvantagem. Justamente após este duelo, embalou e não perdeu mais sets.
Contra Baghdatis, tenista que tentava repetir a final do Aberto da Austrália, em janeiro, quando perdeu justamente para Federer, foi muito superior. Logo no primeiro set, conseguiu duas quebras para fechar em 6/1. No segundo, perdeu chances de pular à frente no início, mas obteve a quebra no 12º game.
A terceira parcial foi bastante equilibrada até o meio, quando o espanhol abriu vantagem de 4/1. O cipriota ainda teve break points no 2/4, mas desperdiçou. Sempre concentrado e vibrando ao seu estilo, o número dois fechou a vitória três games mais tarde. Ao final, ajoelhou-se na quadra e pôs as mãos na cabeça, sinal de que ainda não havia absorvido a conquista.
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