| 07/07/2006 14h49min
Os valores registrados pelos candidatos como previsão de gastos para a campanha presidencial neste ano surpreenderam o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gerardo Grossi. Segundo o Ministro, se a minirreforma eleitoral (Lei 11.300) pretendeu tornar menos onerosas as campanhas eleitorais, este objetivo está longe de ser alcançado.
– A previsão para essa eleição é quase o dobro da previsão feita para a de 2002, que foi de muita gastança. O projeto apresentado ao Senado teve como finalidade, pelo menos finalidade anunciada, o barateamento das campanhas eleitorais. Confesso que tomei hoje um susto muito grande quando vi a previsão de gastos das campanhas eleitorais – afirmou Grossi ontem.
Ele fez ressalvas às observações. Lembrou que as previsões de teto vão muito além do real:
– Essa previsão em geral é feita com um pouco de exagero, exatamente porque é uma previsão que não poderá ser tocada. Claro que há possibilidade de (aumentar a previsão), comprovando – eu fiz uma previsão incorreta, preciso de ampliar um pouco. Parece que até já aconteceu isso em campanhas passadas.
O presidente em exercício do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ercílio Bezerra, também estranha a diferença de gastos previstos para as eleições de 2002 e na atual. Segundo ele, ou os valores informados no passado estão errados, tendo ocorrido gastos não contabilizados à Justiça Eleitoral, ou os declarados agora são mais altos exatamente para encobrir e tornar oficiais as diferenças gastas no passado por meio de caixa dois.
– Como é que se pode conceber que, agora, esse teto para os gastos sofra essa majoração extraordinária em um período tão exíguo? Está claro que há algo de errado. Com isto, implicitamente, os grandes partidos praticamente reconhecem o tamanho do caixa dois usado na campanha passada – disse.
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